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Áreas industriais escasseiam na região
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
24/02/2009 | 07:37
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A demanda por áreas industriais no Grande ABC aumentou perto de 20% durante 2008. Mas a previsão para o primeiro semestre deste ano é de que esse ritmo de crescimento ficará estável, na melhor das hipóteses.

Embora 2008 tenha sido um ano que o mercado absorveu, em sua maioria, grandes áreas (acima de 10 mil metros quadrados de construção), a demanda por galpões modulares com medidas na faixa de 1.000 a 3.000 metros quadrados continuam sendo uma tendência para este ano no Estado de São Paulo, segundo a Colliers International, consultoria imobiliária atuante no segmento de imóveis corporativos.

O motivo de o setor não ser atingido diretamente pela crise financeira mundial, e conseguir manter uma certa estabilidade, é a alta demanda e a baixa oferta de imóveis dentro dos padrões de procura pelas empresas, principalmente no que diz respeito às áreas e galpões situados no Grande ABC.

"Os que existem estão supervalorizados. Para se ter uma ideia, galpões cujos aluguéis pedidos eram, em média, R$ 14 o metro quadrado no início de 2008, chegaram ao fim do ano com preços de cerca de R$ 20", afirma Eduardo Velloso Corbett, diretor da área industrial da Colliers.

Exemplo disso são as áreas próximas às rodovias Anchieta e a Imigrantes, que serão cortadas pelo Trecho Sul do Rodoanel, que tem previsão de conclusão das obras para o próximo ano.

Para o diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), Luiz Pompéia, a região é estratégica para empresas que tem objetivos de exportação. O fato de a região agrupar importantes polos industriais - como o petroquímico e de autopeças - e a facilidade de acesso ao Porto de Santos através das rodovias que cruzam as sete cidades, atrai o interesse de empresas de outras regiões.

"Atualmente, o empresário precisa instalar sua empresa em um ponto onde o escoamento de produtos seja fácil entre as principais rodovias. Além disso, a maioria deseja alocar galpões, condomínios industriais ou empresariais e depois adaptá-los, ao invés de comprar terrenos ou espaços prontos. Os investimentos em produtos se tornam prioridade. Com isso acaba faltando áreas", explica Pompéia.

Para o diretor da Embraesp, empresas de alimentação, medicamentos, vestuário atendem ao grupo de primeira necessidade, por isso não sentem tão severamente os efeitos da crise. E é por essa razão que esse nicho está buscando novas áreas a fim de expandir negócios.

"As corporações precisam, cada vez mais, se preocupar com a questão da logística, ponto importante para o crescimento das vendas. Nos últimos três anos, as companhias passaram a investir mais nisso", conclui o diretor da Embraesp.

Experientes na venda e locação de áreas comerciais e industriais, a Aparecido Viana, imobiliária localizada em São Caetano, atendeu oito empresas espalhadas por bairros de São Paulo, entre o ano passado e o início deste ano. Essas empresas buscam espaços na região. A expectativa para 2009 é que a demanda por essas áreas cresça 10% em relação a 2008.

Cristiano Simões, responsável pelos negócios de áreas comercias e industriais da imobiliária, afirma que com a crise investidores de grande porte estão tendo mais cautela na hora de assinar contratos, porém continuam, de forma mais lenta, espandindo os investimentos. "A procura é tanta que os preços estão subindo. Temos uma área de 450 mil m², que fica entre São Caetano e o Viaduto Cassaquera, em Santo André, na Avenida dos Estados, que custa R$ 350 o m², ou seja, está em torno de R$ 15 milhões. Por isso podemos afirmar que o segmento é sólido e seguro", acrescenta.




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