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Eckhout faz exposição sobre o Brasil
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
13/01/2003 | 18:27
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A mostra Albert Eckhout Volta Ao Brasil – 1644-2003 abre nesta terça para o público na Pinacoteca do Estado, em São Paulo, envolta em mistérios, como num reflexo da vida e da obra do pintor holandês Albert Eckhout (1610-1665) – sobre as quais pairam algumas certezas e muitas dúvidas. As pinturas do século XVII retratam tipos étnicos (em tamanho natural), paisagem, fauna, flora e frutos típicos ou cultivados no país.   

Eckhout esteve no Brasil entre 1637 e 1644 durante a ocupação holandesa ao Nordeste. Veio como convidado do conde Maurício de Nassau, governador-geral do Brasil Holandês. O outro artista da comitiva era Frans Post (1612-1680), que ficou encarregado de retratar paisagem e feitos militares de Nassau. Eckhout e Post foram os primeiros artistas a retratar o Brasil.   

A coleção completa de 24 pinturas jamais havia saído do Museu Nacional da Dinamarca, detentor das obras há cerca de 350 anos (ao retornar à Europa, Nassau as doou ao rei Frederico III, da Dinamarca).   

Antes de chegar a São Paulo, este tesouro foi exibido na Dinamarca, no Recife e em Brasília, graças ao esforço do colecionador e empresário Jens Olesen, há oito anos envolvido neste projeto no qual o Banco Real AMRO Bank investiu cerca de US$ 2 milhões.   

Em separado, algumas das pinturas de Eckhout foram exibidas no Brasil em 1968 (no Rio) e também nos anos de 1991, 1998 e 2000 (todas em São Paulo).   

Algumas das dúvidas citadas são: todas as telas foram pintadas por Eckhout?; o artista as pintou no Brasil ou na Europa?; por que somente sete delas têm assinaturas? Para explicar questões como essas a Pinacoteca receberá experts para um ciclo de palestras a partir do próximo dia 23.   

Além das pinturas, o público conta com um vídeo sobre a mostra e com uma sala na qual estão mapas e publicações originais que contextualizam a época do Brasil Holandês.   

Sobre a possibilidade de que o conjunto um dia retorne definitivamente ao Brasil, Jens Olesen é direto: “Acho que as pinturas nunca voltarão. Se for para uma nova mostra, já será muito difícil. São obras antigas que necessitam de muitos cuidados. Não podem ficar viajando”.




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