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Bingos são fechados em Diadema
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
26/09/2006 | 21:57
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A Prefeitura de Diadema fechou terça-feira as duas casas de bingo que funcionavam irregularmente na cidade. Segundo a administração, os dois estabelecimentos já haviam sido lacrados e não possuiam liminares judiciais para exercer a atividade, bem como não tinham alvará de funcionamento no âmbito municipal.

Foram fechados os bingos 33, localizado na avenida Piraporinha, na Vila Nogueira, e o Mega Star, situado na praça Angelina Mello, na região central do município.

A Prefeitura informou que cumpriu determinação do MPE (Ministério Público Estadual) para vistoriar os estabelecimentos, conforme ação ação civil pública movida pelo órgão em 2005, que estabeleceu o fechamento de diversos bingos no Estado por considerar uma atividade ilegal.

Os dois bingos de Diadema, os únicos na cidade, já tinham sido lacrados no começo do ano e reabriram ilegalmente há dois meses, segundo a administração. Um terceiro bindo que está em construção, localizado ao lado do Mega Star, recebeu notificação da Prefeitura para apresentar toda a documentação necessária antes que a casa comece a funcionar.

A operação de fechamento começou às 15h. Foi coordenada pela Secretaria de Defesa Social e contou com seis fiscais, 20 guardas municipais e 14 viaturas da corporação.

Não houve confusão e briga durante as interdições. As gerências dos dois bingos acataram a lacração e tiveram o papel da Ordem de Fechamento Administrativo Compulsório afixado na porta dos estabelecimentos. Alguns clientes ficaram surpresos e puderam ler as explicações judiciais contidas no documento.

“Eu queria fazer uma fezinha agora à tarde, mas encontrei as portas fechadas. Acho que deveriam deixar os bingos funcionarem. Quem não gosta do jogo não precisa entrar”, afirmou o vendedor Marcelo Cunha de Oliveira, 38 anos, morador do Jardim Campanário.

O auxiliar administrativo Carlos Sampaio Cruz, 31, discorda do vendedor. “Acho muito bom que tenham lacrado. Sei de várias pessoas que são viciadas nesse jogo e perderam muito dinheiro”, contou Cruz, que trabalha perto do bingo 33.

Já os funcionários dos bingos reclamaram da ação da Prefeitura. Temem perder sua fonte de renda em meio à discussão sobre a legalidade da atividade.

“Quero saber agora quem vai pagar as minhas contas. Não querem deixar a gente trabalhar honestamente”, afirmou o vendedor de cartela do bingto Mega Star, Alexandre Rodrigues, 32 anos, morador do Jardim Luso.

O advogado especializado na questão dos bingos, Othon Gübel, explica que há um vazio jurídico sobre o tema. “Depois de leis que aprovaram e revogaram os bingos, o Congresso precisa agora regulamentar a atividade”. Procurados pela reportagem, os representantes dos bingos lacrados não quiseram dar declarações.



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