Trinta e duas pessoas morreram e 37 ficaram feridas em um incêndio que atingiu na noite de segunda-feira um teatro da cidade egípcia de Beni Sueif, localizada 150 quilômetros ao sul do Cairo.

Entre as vítimas estão jornalistas e artistas famosos no país. Os números anteriores davam conta de 30 mortos e 45 feridos no incêndio, que aconteceu durante a apresentação de uma peça do grupo teatral da cidade de Fayym para uma platéia de mil pessoas.

O incêndio começou por volta das 23h30 locais, quando as cortinas se queimaram devido a velas espalhadas pelo cenário, informou uma fonte policial. O fogo atingiu a decoração em papelão e se espalhou por todo o prédio, atingindo inclusive algumas palmeiras nas imediações, que se transformaram em grandes tochas de fogo.

Um espectador com a roupa em chamas jogou-se no chão para tentar retirá-la, causando pânico entre as pessoas ao redor. Os bombeiros conseguiram controlar o incêndio depois de duas horas, mas várias vítimas morreram pisoteadas durante a correria provocada por espectadores que tentavam fugir do local.

"Também houve mortos por asfixia", informou o governador de Beni Sueif, Anas Gaafar, acrescentando que o número de espectadores ultrapassava a capacidade do teatro. Fontes hospitalares informaram que alguns corpos estavam carbonizados, e que seria difícil identificá-los. A televisão deu conta de 37 feridos, 12 deles em estado grave.

O presidente Hosni Mubarak ordenou a transferência dos feridos graves para o Cairo, onde acontecerá nesta tarde o funeral de algumas das vítimas. A cidade de Beni Sueif sediava um festival de teatro amador que reunia grupos das cidades mediterrâneas de Porto Said e Alexandria, e de Fayym, localizada no sul do país.

Segundo uma testemunha citada pelo jornal Al-Ajbar, o teatro transformou-se em um "inferno", e o céu da cidade foi coberto por uma densa nuvem de fumaça negra.

Incêndios como o de segunda são freqüentes no Egito, onde vários prédios foram construídos sem autorização, à margem de qualquer regulamentação. No começo de maio, um grande incêndio destruiu várias lojas e depósitos de tecidos em Gammalia, no bairro islâmico do Cairo, sem deixar vítimas.

Em fevereiro de 2004, quatro pessoas morreram e 11 ficaram feridas num incêndio em um clube das Forças Armadas egípcias, provocado por um curto-circuito.