Para figurar entre os finalistas, Oliveira teve, primeiramente, de fazer sua música agradar aos exigentes ouvidos do júri, em uma gravação de até 15 minutos em CD, com duas peças – uma de autor nacional e outra de livre escolha, como exigia o concurso. Houve 104 inscrições. No disco, ele tocou Rustics, de Eugene Bozza, e Rondina, do brasileiro Osvaldo Lacerda. Nesta quinta, executará a primeira ao vivo.
Curiosamente, na gravação, e nesta quinta, na final, Oliveira terá a companhia de outra pessoa da família, a irmã e pianista Camila Helena de Oliveira, de 17 anos. Algo curioso para o público, mas normal para o jovem, pois a família foi toda levada para a música pela mãe, que tocava clarinete e sax e hoje se dedica ao violoncelo. Além dele e de Camila, tem o irmão Diego Gabriel Oliveira, de 15 anos, que toca violino.
“Comecei ao piano, depois passei para o violão e voltei ao piano”, diz. Mas um dia, apaixonou-se pelo trompete. A mãe o advertiu sobre a necessidade de ter muito fôlego e sugeriu que começasse pelo sax genesis, ou “chiquinha”, como é vulgarmente conhecido o instrumento. “É quase um bombardino”, diz.
Esse estágio, porém, só durou seis meses. “Meu pai (técnico em telecomunicações) tentava, há três meses, tocar com trompete o hino 108 da Igreja. Eu vivia pedindo para ele deixar eu tentar, até que um dia ele falou: ‘Tó, dá uma soprada aí’. Na mesma hora, toquei o hino todo”, afirma. Oliveira tinha apenas 6 anos. No domingo seguinte, devolveu a “chiquinha” ao maestro da igreja e adotou o trompete.
Desde então, Oliveira teve várias experiências significativas. Estudou na Fundarte (Fundação das Artes) de São Caetano, foi por três vezes bolsista do Festival de Inverno de Campos do Jordão (este ano vai de novo) e atualmente integra a Orquestra Filarmônica de São Caetano, além de estudar música da Faam (Faculdade de Artes Alcântara Machado), em São Paulo.
Mesmo confiante por causa da relativa bagagem profissional, o jovem trompetista não esconde o nervosismo causado pelo fato de apresentar-se no mais tradicional palco paulistano e com Minczuk diante dele: “Ah, dá um friozinho na barriga, sim. O teatro estará lotado”.
O Prêmio Weril foi criado em 1988 e é realizado a cada dois anos, com instrumentistas de até 25 anos. Do Grande ABC, apenas o trombonista de Mauá, Marim Meira, teve a segunda colocação, em 2000. O prêmio, este ano, será de R$ 16 mil (dividido entre os três melhores), mais a gravação de um CD para o primeiro colocado.
6º Prêmio Weril para Solistas de Instrumentos de Sopro – Etapa final, com show de Leo Gandelman. Nesta quinta, às 20h. No Theatro Municipal de São Paulo – praça Ramos de Azevedo, s/nº. Tel.: 222-8698. Entrada franca.
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