Política Titulo
Dib defende voto distrital puro na reforma política
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
03/03/2011 | 07:55
Compartilhar notícia


Integrante da Comissão Especial Temporária responsável pela elaboração do texto da reforma política na Câmara Federal, o deputado federal William Dib (PSDB-SP), eleito por São Bernardo, defende voto distrital puro e é contra o financiamento público de campanha (veja diferenças na arte abaixo).

O tucano é um dos 41 parlamentares titulares que terão 180 dias para analisar todas as propostas em tramitação no Parlamento sobre o tema e oferecer um projeto de consenso para ser votado pelo Plenário - e depois ser enviado para avalização do Senado.

 

"Com o voto distrital puro, as vantagens são a cobrança de perto da população e o fato de a representação da sociedade na Casa ser seu espelho. Existe maior vínculo com a comunidade. Se for boa (a legislatura), a sociedade foi bem; se for mal, a sociedade foi mal. Tem começo, meio e fim", argumenta Dib. "Já o distrital misto pode incentivar o pluripartidarismo", completa.

O deputado ressalta que o distrital misto (um voto em lista apresentada pelo partido e outro em candidato da região do eleitor) tinha na Câmara adesão quase consensual. Mas, nos últimos dias começou a ganhar adeptos "com apelo popular forte" a opção de eliminar o voto proporcional para dar lugar à eleição majoritária (quem teve mais voto vence, independentemente do quociente das coligações).

 "Nessa hipótese, há risco de os partidos definharem, de as siglas sumirem para que as pessoas individualmente formem suas agremiações partidárias."

Já sobre o financiamento público de campanha, o tucano é contrário. "Na Câmara tem mais opositor do que defensor dessa proposta. Nas atuais condições, o governo teria dificuldades de controlar os recursos. No volume atual de partidos (atualmente há 27 registrados no Tribunal Superior Eleitoral, e meia dúzia com a criação encaminhada) é impossível, inviável averiguar direito. Seria preciso haver fusão de legendas."

No geral, Dib salienta que "está claro que o modelo vigente não está representando o povo em nenhuma casa legislativa", seja municipal, estadual o federal. "É preciso mudar. E isso não significa que o melhor caminho é o mais confortável para os atuais deputados. É necessário facilitar os processos de fiscalização e cobrança da sociedade", diz o tucano, um dos quatro parlamentares do PSDB a integrar a comissão especial.

Ontem, na primeira reunião do grupo, foram definidos o presidente (Almeida Lima, do PMDB de Sergipe) e o relator Henrique Fontana (do PT do Rio Grande do Sul).

Comandante da Câmara Federal, Marco Maia (PT-RS) prevê discussões exaustivas perante as discordâncias sobre a reforma política. "O fato de estarmos criando as comissões não significa que estamos prometendo que as coisas serão fáceis. Teremos longo debate político, construção muito paciente de acordos, consensos que viabilizem as mudanças na estrutura política brasileira."




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;