A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) autorizou a ampliação do aterro sanitário de Santo André. A decisão sobre o depósito de lixo, que está próximo de atingir a capacidade limite, será publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial. Em sua avaliação, o órgão ligado ao governo do Estado entendeu que, desde que sejam tomadas medidas de operação e compensação ambiental, não haverá riscos à saúde pública.

O Diário defende a ampliação do aterro desde janeiro, quando noticiou com exclusividade o esgotamento da capacidade do local. Sem a nova área, o município teria de mandar seus resíduos para o aterro particular Lara, em Mauá. Isso significaria um gasto extra de R$ 1,3 milhão por mês aos cofres públicos.

O parecer técnico da Cetesb será apresentado ao Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) no próximo encontro do grupo, dia 22, e deve ser apreciado em outubro, quando pode sofrer alterações. "Ainda dependemos dessa análise, mas é um grande passo para a aprovação e o licenciamento", disse o diretor de gestão ambiental do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Jarbas Elias Zuri.

A solicitação da autarquia é a expansão do aterro para uma área de 39,8 mil metros quadrados (do total de 217 mil do terreno). Com o novo espaço, a vida útil do aterro seria de mais 13 anos e 4 meses.

No terreno pleiteado atualmente funciona a administração do depósito e duas cooperativas de reciclagem de lixo, que terão de ser removidas. Não será preciso realocar as famílias do entorno, pois a área está distante da população. Segundo Zuri, após a emissão da licença, o Semasa precisará de cerca de 90 dias para começar a usar o espaço.

Avaliação - Em funcionamento desde 1986, o aterro, erguido no bairro Cidade São Jorge, já recebeu mais de 4 milhões de toneladas de lixo. Este é o único equipamento público do Grande ABC. As demais cidades da região depositam seus resíduos no aterro Lara, em Mauá.

A classificação do aterro de Santo André teve queda na avaliação feita pelo governo do Estado na comparação entre 2007 e 2008. Publicado em maio deste ano, o Inventário de Resíduos Sólidos apontou que o depósito, considerado adequado pela Cetesb, teve nota reduzida de 9,3 para 8,9.