Dois carros-bomba explodiram em um intervalo de trinta minutos no final da tarde desta quarta-feira em Madri, deixando 17 pessoas levemente feridas. A primeira explosão ocorreu nas proximidades do estádio Santiago Bernabeu, que poucas horas depois recebeu a partida Real Madrid x Barcelona, pela Copa dos Campeões da Uefa. A segunda ocorreu em uma rua no centro de Madri. Os atentados foram assumidos pelo grupo terrorista ETA, que exige a independência do País Basco.

A explosão nas proximidades do Santiago Bernabeu quase provocaram o adiamento do clássico espanhol. O veículo estava estacionado em frente à Torre Europa, um prédio comercial anexo ao estádio do Real. O fluxo de torcedores no local em que o carro-bomba foi detonado era bastante grande, por causa do jogo. A polícia madrilena registrou ainda confrontos com facções radicais da torcida do Real Madrid, entre elas a ‘Ultra Sur’.

O segundo ataque ocorreu em uma área distante ao estádio, do outro lado de Madri. A polícia acredita que a segunda explosão, de intensidade bem menor, foi uma queima de arquivo dos terroristas. O segundo veículo teria sido usado pelos agressores na organização do atentado na vizinhança do Santiago Bernabeu.

O ETA (sigla que significa ‘Pátria Basca e Liberdade’, no dialeto basco) assumiu os atentados em um telefonema feito ao jornal basco Gara, de San Sebatián, um veículo favorável à independência da região. A ligação foi feita cerca de 25 minutos antes da primeira explosão.

O exército separatista basco reiniciou sua ofensiva contra o governo espanhol no final de 1999, após um cessar-fogo que durou 14 meses. A luta do ETA pela independência do País Basco começou em 1968, deixando mais de 800 feridos em diversos atentados e confrontos.