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Mercado Central deve acabar em S.Bernardo
Valéria Cabrera
Do Diário do Grande ABC
12/12/2003 | 23:06
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O Mercado Municipal Central de São Bernardo pode estar com seus dias contados. Há duas semanas, os comerciantes que ainda mantêm suas lojas abertas receberam um comunicado para que deixem o local até o dia 15 de janeiro. Especula-se que o prédio será usado para abrigar um restaurante popular ou uma unidade da Fatec (Faculdade de Tecnologia). A Prefeitura não confirmou a informação. O Diário tentou falar com o secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Gilberto Frigo, na tarde desta quinta e durante todo o dia desta sexta e não obteve retorno. O Mercado Central têm 48 anos, 23 deles no endereço atual, na avenida Pereira Barreto, 100, Centro (ao lado do Paço Municipal).

Atualmente, o prédio abriga apenas comerciantes com boxes na parte externa. São 14 – quatro lanchonetes, floricultura, salão de cabeleireiro, charutaria, sapataria, chaveiro, pet shop, avícola, borracharia, escritório de contabilidade e pastelaria. No prédio ainda funciona um dos dois conselhos tutelares da cidade, que também deverá sair até 15 de janeiro. Os comerciantes que ainda mantinham suas lojas abertas na parte interna – três ou quatro, segundo informações obtidas no local – tiveram de sair há cerca de 15 dias, quando tratores da Prefeitura chegaram para demolir as divisórias.

Alguns permissionários disseram que conseguiram uma vaga no Mercado de Rudge Ramos, mas a maioria afirma que não tem para onde ir. “Não sei o que fazer depois de fechar minha lanchonete”, disse Braz Rodrigues. Ele contou que mantém o comércio no local desde a sua abertura, há 23 anos.

“A Prefeitura fez de tudo para que os comerciantes deixassem o mercado, aumentando absurdamente os aluguéis”, disse Rodrigues. Os permissionários contaram que há cerca de quatro anos o valor dos aluguéis dobraram, tornando impossível o pagamento. Além disso, eles afirmam que os clientes diminuíram após a instalação de um parquímetro no estacionamento do mercado: meia hora custa R$ 0,75. Outro problema apontado foi a inexistência de permissão de uso para novos comerciantes. Um box era fechado e ninguém podia ocupar o espaço.

“Os clientes não tinham muitas alternativas de compra e deixaram de freqüentar o local”, disse o permissionário Ari Monteiro, 61 anos, dono de uma floricultura. Ele tentou mudar-se para o Mercado Municipal Rudge Ramos, mas não conseguiu vaga. “Então aluguei um espaço no bairro Baeta Neves para continuar meu negócio.”

Apesar de ter conseguido um box no mercado de Rudge Ramos, Terezinha Assumpção, 75 anos, dona de uma tabacaria, não está nada satisfeita. Ela contou que trabalha no Mercado Central há 48 anos, desde que este funcionava na rua Padre Lustosa, seu primeiro endereço. “Comecei como empregada. Trabalhei em vários boxes até começar meu próprio negócio.”




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