Foi aprovada nesta terça-feira a 'visita' do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos. Após um acordo entre a base aliada e a oposição, ficou definido que ele não seria nem convidado ou convocado, mas sim daria uma 'passadinha' na comissão para esclarecer as denúncias de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP), na época em que administrava o município.

"Será simplesmente uma vinda", resumiu o relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN). "A CPI aprovou a presença de Palocci", explicou o senador Tião Viana (PT-AC), interlocutor do governo com o presidente da comissão, senador Efraim Moraes (PFL-RN), que na segunda-feira chegou a afirmar que o 'homem forte' da economia brasileira seria convocado e não convidado como queria a base.

Segundo Viana, o acordo firmado entre oposição e governistas prevê que o ministro assine um documento, ao início do depoimento, em que garantirá que tudo que disser pode ser usado como prova. A ida de Palocci deve acontecer até 10 de dezembro, disse o senador petista.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) havia defendido nesta terça-feira um convite ao ministro. Para Suplicy, seria um procedimento de respeito. "Quando o PT estava na oposição, era o que se fazia", disse. Já a oposição defendia sua convocação.

Ex-assessores de Antonio Palocci denunciaram, por meio da imprensa, o envolvimento do ministro com um suposto esquema de arrecadação ('mensalinho') para os cofres das campanhas do PT. Palocci já negou as acusações em duas oportunidades: a primeira em entrevista coletiva; e a segunda em depoimento à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, na semana passada.