Praça do Carmo, em Santo André, resgatará um pouco da história de 49 anos entre garçons e o esporte. Amanhã, o local será palco da 10ª edição da Corrida dos Garçons, organizada pelo sindicato da categoria, mas não mais no formato dos anos 1960, quando teve três edições (1962, 1963 e 1964) disputadas por 1.000 metros nas ruas do Centro andreense - entre as ruas Coronel Oliveira Lima e a Senador Flaquer.

Atualmente, está modificada e desafia os profissionais da área a desempenhar suas funções com muito mais perícia, tendo obstáculos para ultrapassar. Desde 2000, foram acrescentados elementos à prova. Da original, apenas as obrigatoriedades de os garçons estarem devidamente trajados e carregarem bandejas pelo trajeto.

"Nós repaginamos a corrida (em relação aos anos 1960), mas outros lugares ainda mantêm no formato original. Na nossa, vence o competidor que completar o circuito no menor tempo sem derrubar obstáculos ou itens da bandeja", afirmou o diretor executivo do sindicato da categoria, Fábio Santana.

No círcuito os garçons terão de passar por obstáculos como pneus, labirinto, gangorra, ponte, escada, entre outros, em alta velocidade e mantendo a pose.

"Estamos acostumados a fazer diariamente no trabalho, mas a prova exige mais agilidade e atenção", afirmou o ribeirão-pirense Ozéias Pereira Severino, 28 anos, garçom do El Botín. "Não temos preparação nenhuma, só aqui dentro do restaurante mesmo", emendou ele, que participará da prova pela quinta vez.

No ano passado, fez sua melhor marca: 58 segundos. No entanto, ainda está longe do recorde de 46 segundos. Independentemente disso, Ozéias brinca que tem pressão por bom resultado. "Será meu primeiro ano aqui pelo El Botín. No meu outro emprego, não davam importância a esse tipo de evento. Mas aqui é diferente, levam mais a sério e disseram que se não for bem, é rua!", se diverte o garçom, que terá a companhia do colega de empresa Edcarlos Araújo dos Santos.

Sobre as bandejas dos participantes estarão duas latas de refrigerante, uma garrafa d'água e dois copos com líquido dentro.

Primeira edição foi realizada em 1962 no Centro de Sto.André

Eram duas provas: a Corrida da Lanterna e a Corrida dos Garçons. E ambas fizeram história, seguindo roteiros semelhantes pelas ruas centrais de Santo André.

Elas tinham requisitos parecidos. A da Lanterna exigia que o participante corresse com a lanterna acesa; se apagasse, teria de parar e reacender a tocha - no que era ajudado pelos assistentes postados ao longo das calçadas. Já os garçons corriam equilibrando uma bandeja com copo e refrigerante. Ganhava quem chegasse primeiro com o copo - e seu líquido - intactos.

A cidade parava para assistir o cortejo. A Corrida da Lanterna, claro, era realizada à noite; a dos Garçons, nos sábados à tarde.

A 1ª Prova Oficial dos Garçons foi realizada em 1962 e o vencedor foi Adi Alves de Araujo. Aos vencedores foram entregues taças, troféus, cortes de terno, canetas e até pizzas.

A Prova dos Garçons em Santo André teve três edições. Já a da Lanterna alcançou perto de dez. Ademir Medici