Local, no bairro Casa Grande, Diadema, abriga três moradias improvisadas com lonas e madeira
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A situação de vulnerabilidade socioeconômica é levada ao extremo por pessoas que ocupam viela localizada em frente à esquina das ruas Inco e Francisco Romeiro, no bairro Casa Grande, em Diadema. Uso de drogas, sujeira, falta de condições mínimas e precariedade são vivenciados por, no mínimo, quatro adultos e criança.
Ao menos 280.413 moradores do Grande ABC, o equivalente a pouco mais de 10% da população total das sete cidades – de 2,7 milhões de habitantes –, vivem em situação de extrema pobreza. Isso significa que 62.314 famílias da região, tida como uma das mais ricas do País, subsistem com renda per capita de até R$ 85 por mês.
Realidade muito distante das pessoas encontradas em Diadema, que sequer aparentavam ter comida. Ocupando o local há cerca de sete meses, segundo moradores do entorno, entre elas está uma grávida, que foi abordada pela equipe de reportagem do Diário, mas não quis contar os motivos pelos quais estava ali. Logo depois ela saiu do endereço com um homem que também mora no local e não apareceu mais. Ambos aparentavam estar sob efeito de drogas.
Diversos pães e legumes apodrecidos, mochilas de crianças, pares de tênis e até uma pulseira dourada toda repartida cercam o ambiente em que vivem usuários de crack. São três moradias improvisadas com tábuas de madeira e lonas. O descarte do lixo destas pessoas é feito em local relatado pelo Diário recentemente, no mesmo bairro. “Aqueles homens do escadão fazem sujeira. Apesar de não mexerem com a gente, fica a lixaiada aí”, afirma o aposentado Darisvaldo Alves de Jesus, 72.
A única pessoa que aceitou falar com a reportagem foi um jovem de 22 anos, que em meio à sujeira, diversas tatuagens e um cachimbo de crack, sentia dificuldades em pronunciar palavras e ia de um lado para o outro constantemente. “Minha história guardo para mim mesmo”, afirmou, sem fornecer detalhes sobre o que o motivou a morar no local.
A Prefeitura de Diadema não se pronunciou. Já a SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado afirmou que “o acolhimento de usuários de drogas é atribuição de equipes de assistência social” e que “não houve denúncias neste ano de tráfico de drogas no local apontado pela reportagem”. Quanto à Rua Francisco Romeiro, disse que “intensificará policiamento preventivo a partir dos relatos”.
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