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Grande ABC tem boas opções em teatro no fim de semana
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
30/03/2001 | 18:09
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Duas peças em Santo André e uma em Mauá estão em cartaz neste fim de semana. Plano B fica no Teatro Municipal de Santo André. O Ateu que Virou Sapo está no Teatro Escola Ecus, em Santo André. O Sesi Mauá recebe O Céu Uniu Dois Corações.

Plano B, uma adaptação de George Barcat para o poema dramático O Marinheiro, de Fernando Pessoa, se apóia numa mistura de linguagens: circo, dança e teatro. Dirigida por Beth Lopes, a Cia. Linhas Aéreas apresenta uma visão lírica da morte. “O texto ficou coloquial. O espetáculo é dinâmico, não uma aula de filosofia”, afirma a atriz Ziza Brisola, bisneta de Saladino Franco, prefeito de Santo André de 1914 a 1930.

Na peça, que integra a Caravana Paulista de Teatro, iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura, três mulheres discutem as fronteiras entre o real e o imaginário. “Um sonho é o mote”, conta Ziza.

Teatro físico – A encenação é temperada pelo teatro físico. A própria Ziza explica: “O corpo fala mais que o texto, expressa as metáforas”. As técnicas circenses usadas pelas atrizes – Erica Stoppel e Isabela Graeff, além da menina Verônica Garcia – estão contextualizadas no enredo. “Não são isoladas nem gratuitas”, diz Ziza. A trilha sonora, que conduz as ações, foi composta especialmente para o espetáculo por Sérgio Kafejian, outro bisneto de Franco.

O Ateu que Virou Sapo, texto escrito e dirigido por Nildo Cordel, é baseado na literatura de cordel, expressão artística tipicamente nordestina. Em cena, o Grupo Lucirros. Chico (Nildo Lima) e Tuta (Cida Lima), um casal simples do sertão pernambucano, se vêem em apuros quando ele vira sapo depois de colocar à prova a existência de Deus.

Tuta, então, recorre à religião para reverter a situação e se torna objeto de disputa entre o padre Sebastião (Ronaldo Dedê) e a crente Dona Guilhermina (Lilian Tunes). Para Dedê, a peça é uma crítica velada não à religiosidade, mas à maneira como se explora a fé. “O cenário, com cores neutras, dá o clima árido do sertão”, adianta o ator.

O Céu Uniu Dois Corações, de Antenor Pimenta, reestréia no Sesi Mauá pelas mãos do diretor Paulo Cardoso. O Núcleo de Artes Cênicas do Sesi Mauá encena o drama de dois jovens apaixonados em meio a uma guerra pelo poder numa comunidade. A peça resgata a linguagem do circo-teatro, que viveu seu ápice nos anos 50 e 60. A adaptação do melodrama para o palco italiano incluiu a figura do ponto, pessoa que acompanhava o texto para auxiliar os atores. Cenário e iluminação são inspirados na sintaxe do circo-teatro.

Em Diadema estão em cartaz Cala Boca já Morreu, de Luís Alberto de Abreu (direção de Ângela Barros), e Ripió Lacraia (direção de Wilson Julião), com grupos formados em oficinas de montagem teatral de centros culturais da cidade.




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