De acordo com o sindicato, a universidade fez as demissões fora do prazo legal. Os docentes, a maioria com títulos de mestres e doutores, foram informados da dispensa por meio de telegramas postados a partir do dia 26 de dezembro do ano passado, três dias após o encerramento do ano letivo. Conforme a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) dos professores, a universidade poderia demitir até o dia 23 de dezembro, último dia letivo do ano.

“Trata-se de uma cláusula que dá segurança ao professor contra demissões arbitrárias como as que ocorreram na UniABC. Os telegramas começaram a chegar no dia 26, já fora do prazo. Acreditamos que a instituição usa os títulos de mestres e doutores dos professores para regularizar cursos e depois os demite. A grande rotatividade de professores afeta a qualidade de ensino”, disse a advogada do Sinpro, Leonilda Rosa da Silva. O departamento jurídico do sindicato deve propor aos profissionais dispensados ações individuais na Justiça do Trabalho.

“Fiquei surpresa, pois tivemos de cumprir horário no dia 23 (de dezembro) e ninguém nos avisou das demissões. Me senti desrespeitada”, disse uma das professoras dispensadas que preferiu não se identificar. Segundo o Sinpro, que fez as últimas homologações nesta terça-feira, as demissões representam 25% do quadro de professores da UniABC, um número considerado elevado. O Diário procurou a UniABC para falar sobre a demissão dos professores, mas até as 21h desta terça a reitoria não havia se manifestado.