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Banda mexicana Maná lança o CD 'Revolución de Amor'
Rosana Costa
Do Diário do Grande ABC
18/08/2002 | 18:08
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A banda mexicana Maná lança seu novo CD, Revolución de Amor. Se a sua pergunta seguinte é ‘– Maná, quem?’, vamos lá. Em algum lugar num passado recente você deve ter ouvido o hit Corazón Espinado, faixa do CD Supernatural (oito Grammys em 2000), de Carlos Santana. A guitarra perfeita era de Santana, mas todo o resto era Maná, banda que o Brasil deve começar a conhecer melhor em breve. Fher (vocal e guitarra), Alex (bateria), Juan (baixo) e Sergio (guitarra), os quatro manás, chegam ao país nos próximos dias para divulgar o novo trabalho.

Gravado em um estúdio de Los Angeles, o CD dos mexicanos une temas românticos com algumas canções de cunho social. Abre com Justicia, Tierra e Libertad, tríade do movimento revolucionário zapatista que sobrevive no sul do México pelas mãos do subcomandante Marcos. A faixa tem a participação especial de Santana, numa retribuição àquela da banda em Supernatural.

O guitarrista é o convidado mais famoso, mas não o único. O panamenho Rubén Blades surge na canção Sábanas Frias (em espanhol, sábana é lençol). Não é a primeira vez que o músico cruza o caminho da banda: no acústico gravado pelo Maná na MTV (e lançado no Brasil), os mexicanos cantaram Desapariciones – um quase-hino latino criado por Blades que trata de desaparecidos em regimes de exceção.

Revolución de Amor chega cinco anos depois do último lançamento de inéditas da banda. Desde 1997, com Sueños Líquidos (ainda não lançado por aqui), fãs aguardavam o novo trabalho. Neste período, os mexicanos consolidaram sua carreira – muitos críticos consideram Maná o mais importante grupo latino da atualidade – gravaram o acústico, saíram em turnê com Santana, fizeram shows na Europa. Pararam no ano passado para pensar Revolución, um disco que mescla pop rock com ritmos latinos.

O Brasil ainda é um desafio para essa banda que nasceu na cidade de Guadalajara com o nome de Green Hat lá pelo meio dos anos 70. Era basicamente um grupo de rapazes que tocava covers de Led Zeppelin, Beatles e Stones em bares ou festas de aniversário. Viraram Maná em 1985 e começaram a ser (muito) conhecidos no início dos anos 90. O segundo CD, Falta Amor, foi considerado o melhor álbum latino pela revista Billboard. A consagração veio com Donde Jugarán los Niños (1992), álbum que vendeu 2,8 milhões de cópias. Desde então acumulam prêmios da indústria fonográfica.

Então voltaram-se para as causas sociais. No fim de 1995, criaram a Fundação Selva Negra. Entre seus principais projetos está a preservação de tartarugas marinhas na costa mexicana. Mas há também construção de escolas para comunidades indígenas em Chiapas (território da guerrilha de Marcos). Nesse mesmo ano haviam lançado Cuando Los Angeles Lloran, já com a atual formação (o guitarrista Sergio Vallín foi o último a chegar, em 1994). A canção que batizava o álbum era uma homenagem ao seringueiro brasileiro Chico Mendes, morto em 1989 em uma emboscada no Acre. A letra assinada por Fher é imagética: a floresta chora (chovia) enquanto o ecologista agoniza.

Maná nunca escondeu que o Brasil era um mercado que queria ganhar. Em uma entrevista há dois anos a um site latino, o repórter perguntou o que ainda motivava a banda depois de tantos anos de sucesso. Entre tantas coisas, Fher respondeu: “Ainda não tocamos na Itália, nem no Brasil”. Neste ano, Maná fez shows na Itália. Agora, chegou a vez do Brasil.




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