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Mauá dobra distribuição de camisinha
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
24/11/2002 | 18:26
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O Dia Mundial de Luta Contra a Aids, comemorado no dia 1º de dezembro, será o pretexto da Prefeitura de Mauá para ampliar em 100% a cota de camisinhas para moradores da cidade.

A novidade começa a partir do próximo ano, em época que antecede o Carnaval, e que a Prefeitura já terá liberado a verba de R$ 100 mil para compra. Serão distribuídos 960 mil preservativos, fora a remessa anual do governo do Estado e do Ministério da Saúde que, juntos, somam outros 590 mil. As camisinhas serão distribuídas, como de praxe, em todas as unidades de saúde do município.

O aumento da compra do lote, segundo a coordenadora do Coas (Centro de Orientação e Apoio Sorológico) e do programa DST/Aids da cidade, Maria José Basaglia, ocorreu porque os usuários da rede de saúde estão procurando cada vez mais camisinhas. “Antes, a média mensal de retirada por pessoa era de 12. Temos casos em que as pessoas pedem até 20 unidades mensais”, disse.

Como na cidade não há distinção de idade ou sexo para se retirar preservativos, a procura é alta. Cerca de 20% do lote atende menores de 18 anos. “Nossa estratégia principal é diminuir a epidemia. O aumento de procura por preservativos comprova essa tendência. Existem garotos de 12 anos de idade que procuram as unidades de saúde para retirar camisinhas”, disse a coordenadora. Os interessados em adquirir os preservativos gratuitamente devem procurar as unidades de saúde da cidade e os Coas.

Em Mauá, a epidemia de Aids está estabilizada em 100 novos casos ao ano. Atualmente, 479 pessoas estão em tratamento. Desde 1986 – quando foi registrado o primeiro caso – 870 pessoas contraíram o vírus. Dessas, 489 são homens, 346 são mulheres e ainda 35 crianças (20 delas estão em tratamento).

Um dos problemas municipais ainda é a alta taxa de abandono. Entre os contaminados, 20% não fazem tratamento algum.

Antes mesmo da comemoração da data, a Secretaria de Saúde da cidade irá discutir o preconceito e a discriminação com a camisinha. Foram escolhidos locais como unidades de saúde, comércios, escolas e feiras livres para a divulgação das informações. A campanha começa nesta segunda-feira.

Outra façanha da Secretaria será realizar a terceira edição da radionovela educativa sobre a doença, que será veiculada no Terminal Metropolitano da cidade. Nesse ano, a história fala sobre relações homossexuais entre homens e os preconceitos em torno do assunto.




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