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Farc rejeita a decisão do presidente de libertar seus presos
Da AFP
03/06/2007 | 18:52
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A guerrilha colombiana das Farc reiterou neste domingo a rejeição à iniciativa unilateral do presidente colombiano, Alvaro Uribe, de empreender a libertação em massa de seus integrantes presos e anunciou que a decisão governamental é mais um engodo para acalmar as famílias dos reféns.

Em comunicado divulgado na Internet, o secretariado - comando central - dessa guerrilha disse que, com a oferta, o presidente colombiano busca "impedir" que as autoridades judiciais avancem nas investigações contra seu Governo, por ligações com grupos paramilitares de extrema direita.

"Esta farsa é um outro engano aos familiares e amigos dos prisioneiros de ambas as partes que, além disso, distorce a situação”.

O governo, através do vice-ministro do Interior e Justiça, Guillermo Reyes, garantiu que prossegue com as libertações apesar deste pronunciamento.

Segundo a guerrilha, o grupo - que neste domingo chegou a 193 rebeldes que passam por um período de transição num centro de reclusão temporário, antes da libertação -, é formado por desertores e civis acusados de serem guerrilheiros; não são os verdadeiros membros da organização que, na verdade, optaram por rejeitar a oferta governamental.

"O anúncio demagógico de liberar unilateralmente presos nada tem a ver com uma troca (de seqüestrados por rebeldes presos) que será o resultado de acordos entre o Estado e a insurgência revolucionaria, com critérios definidos, assim como prazos, nomes, garantias, e mecanismos", diz o comando da guerrilha.

Em sua nota, as FARC acusam Uribe de fazer jogo duplo pois, dizem, "enquanto se distrai com a propaganda da liberação dos presos, as tropas oficiais prosseguem tentando resgates a sangue e fogo sem se importarem com a vida e a integridade dos prisioneiros".

Até agora, pelo menos publicamente, as FARC rejeitaram essa iniciativa por considerarem que representa uma "cortina de fumaça" para ocultar o escândalo dos vínculos de políticos governistas com os paramilitares da extrema direita.

Além disso, os guerrilheiros envolvidos no processo de libertação não têm o aval do comando central das Farc, pelo que vários insurgentes aos quais o governo ofereceu a possibilidade de sair se abstiveram de fazê-lo.




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