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Promotor denuncia médicas por morte de menina em 99
Do Diário do Grande ABC
10/01/2002 | 21:11
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  O promotor Arnaldo Hossepian Junior, do bairro de Pinheiros, em São Paulo, denunciou as médicas M.L.V. e C.R.F. por homicídio culposo no caso da morte da garota Rubia Regina Martins, 5 anos, ocorrida no dia 4 de outubro de 1999.

O Ministério Público entendeu que houve “negligência médica” no atendimento dado à garota pelas médicas no Hospital Infantil Márcia Braido, em São Caetano. De lá, ela foi transferida às pressas para o Hospital Darcy Vargas, em Pinheiros, onde morreu. O caso será julgado pela 5ª Vara Criminal do Fórum de Pinheiros. Caso sejam condenadas, as médicas podem pegar de um a três anos de prisão.

Hossepian afirmou que “ficou claro” que houve erro de procedimento por parte das médicas nos primeiros atendimentos à menina, que deu entrada no hospital de São Caetano no dia 1º de outubro de 1999, após cair de um escorregador. “Não foram realizados os exames necessários e não foram tomadas as precauções devidas”, disse.

De acordo com o despacho do promotor, no primeiro atendimento, realizado por M., a menina teve a perna engessada e foi receitado um remédio, sem que fossem feitos exames no abdômen da garota, onde sentia dores. Rubia retornou no dia seguinte, e seus familiares alegavam que ela continuava a sentir dores e tinha vomitado. Desta vez, ela foi atendida por C., que apenas mudou a medicação e não examinou a menina.

Como no dia 3 as dores permaneciam, a família da menina chegou pela manhã ao hospital. Rubia passou todo o dia no local, até ser transferida, à noite, para São Paulo. Lá, passou por exame de laparotomia exploradora e teve três paradas cardíacas. No dia seguinte, morreu.

A denúncia está reforçada por um laudo do médico legista George Samuel Sanguinetti Felows, que ficou famoso por atuar no caso da morte do empresário Paulo César Farias. No documento, o médico descreve uma série de irregularidades cometidas e conclui que houve negligência no tratamento da menor e irresponsabilidade por parte do hospital.

Ele foi contratado por R$ 18 mil pela família da menina para apresentar um parecer sobre o caso. “Tive de vender minha parte da sociedade numa padaria, um terreno e outros bens para isso”, disse o avô de Rubia, Rubens Artur Martins, 57 anos.

A reportagem do Diário entrou em contato com o advogado Odair Filomeno, que representa C., e ligou para a residência da médica para comentar o assunto. Nenhum dos dois, entretanto, retornou as ligações. M. não foi encontrada.




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