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Calor pode provocar falta d'água em regiões de Santo André
Tiago Dantas
Do Diário do Grande ABC
06/11/2009 | 07:56
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Moradores de Santo André poderão sofrer com racionamento de água nos próximos dias, segundo o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental). A onda de calor que atinge a região desde sábado fez o consumo de água triplicar.

Em um dia normal, os moradores de Santo André consomem 160 mil metros cúbicos de água. Como são cerca de 679 mil pessoas, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 0,2 metro cúbico per capita (200 litros) do líquido por dia.

Neste início de mês, o Semasa registrou consumo diário de 480 mil metros cúbicos de água. O racionamento não tem data prevista para começar e deve atingir todas as áreas da cidade, informa o Semasa. A autarquia municipal afirma que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), não pode suprir a demanda no momento. A Sabesp, por sua vez, alega que o repasse de água está dentro do normal e que o problema está na distribuição, uma responsabilidade do Semasa.

REPRESA CHEIA - A Sabesp vende 94% da água consumida em Santo André. Deste volume, 74% saem da Bacia do Rio Claro, que, atualmente, registra 101,9% da sua capacidade. O restante é suprido pelo Sistema da Bacia Rio Grande, braço da Represa Billings, que, desde o início de outubro, opera com 95% do total de armazenamento, de acordo com a companhia.

"Estamos mantendo o volume normalmente entregue ao município", afirma Alexandre Tassoni, gerente de operação da adução da Sabesp. "Quando o consumo explode, tem a limitação do sistema de distribuição e, por isso, acontecem problemas como esse", diz.

Responsável pela produção de 6% da água distribuída na cidade, o Semasa planeja aumentar a taxa para 25%, a partir de um investimento de R$ 50 milhões na construção de estação de tratamento de água que, segundo a autarquia municipal, limpa 350 litros por segundo.

A obra não tem prazo para começar. A licitação está prevista para o fim do mês. O financiamento foi aprovado pelo Ministério das Cidades por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal.

Moradores ainda desperdiçam água lavando calçada

Apesar do risco iminente da falta de água em Santo André e do alerta feito pelo Semasa para os moradores economizarem, ainda é possível flagrar cenas de desperdício nas ruas da cidade.

Na Rua Aguapeí, bairro Santa Maria, a cozinheira Joana Silva, 47 anos, lavava o quintal por volta das 14h30, e deixava a mangueira ligada enquanto conversava com uma vizinha.

"Só lavo o quintal uma vez por semana. Não estou jogando água fora, estou limpando a calçada", afirmou. Perto dali, na Rua Itapeti, era a faxineira Vera Romano, 38, quem lavava a calçada e o asfalto. "O patrão que mandou", disse.




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