A situação dos veículos oficiais e terceirizados da Prefeitura de Diadema permaneceu inalterada ontem. Sem combustível por falta de pagamento, os carros, principalmente aqueles voltados aos serviços das áreas de Educação e de Saúde, ficaram parados nas garagens ou em locais estratégicos - a ordem, nos bastidores, era esconder os veículos da imprensa.

Os poucos que rodaram, no entanto, tiveram combustível retirado de outros. "Nada mudou de ontem (segunda-feira) para hoje (ontem). Continuamos de braços cruzados, sem previsão da volta de abastecimento", afirmou um dos motoristas da Transkomby, empresa da frota terceirizada da Prefeitura, que pediu para não ser identificado.

Ontem, a chefia da Transkomby reuniu os motoristas para informar-lhes uma determinação. "Estamos proibidos de falar qualquer coisa com a imprensa", afirmou um motorista terceirizado.

Na GCM (Guarda Civil Municipal), que há menos de um mês também vivenciou o mesmo tipo de problema, a situação se agrava a cada dia. Viaturas permaneceram ontem estacionadas na base. As poucas que rodaram utilizaram álcool. "A informação é que não há previsão de retorno do abastecimento. Atendimento para emergências", contou um guarda municipal, que pediu para não ser identificado.

Por conta dos sequestros judiciais para pagamento de precatórios cíveis, a administração Mário Reali (PT) está com a folha de pagamento dos fornecedores parada desde maio - apenas serviços com verbas vinculadas à Saúde e à Educação não foram prejudicados, segundo o Diário apurou.

Mais uma vez, a Prefeitura não respondeu aos questionamentos de interesse da população. Uma das determinações do prefeito é reduzir a quantidade de veículos oficiais e terceirizados para abastecimento - por automóvel, o limite era de até 25 litros por semana.

PAGAMENTO - Além da falta de combustível por atraso no pagamento ao fornecedor, a diretoria do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) se reúne amanhã às 10h, no Paço, para discutir a possibilidade de a Prefeitura atrasar o adiantamento salarial para 7.000 servidores na sexta-feira.

Ontem, a terceira parcela de um precatório fruto de desapropriação não havia saído dos cofres públicos.