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Carlinhos Brown condensa versatilidade em novo CD
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
27/02/2001 | 17:14
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Quando lançou seu primeiro CD, Alfagamabetizado (1996), Carlinhos Brown deixou de ser um coadjuvante de luxo e passou a protagonista do gênero world music no Brasil. Bom de batuque e de marketing pessoal, soube envolver seu nome em vários setores da sociedade.   Recentemente, participou de alguns episódios memoráveis: tocou percussão para Gisele Bündchen no desfile da M.Officer, inspirou uma coleção de jóias da H.Stern e, depois do vexame na noite adolescente do Rock’n Rio, convenceu o sogro, Chico Buarque, a fazer um dueto inesperado durante o Festival de Verão, em Salvador.

Toda esta diversidade de Carlinhos Brown está em seu mais novo trabalho, Bahia do Mundo – Mito e Verdade (EMI, R$ 22 em média). O single Crendice é o carro-chefe do álbum e faz parte da trilha pop junto com Mil Verões.

Para a alegria dos foliões, que vibram com o hit Água Mineral, três músicas têm tom carnavalesco: Vai Rolar, Horário de Verão e Trabalhador de Carnaval, esta última com um leve ritmo caribenho.

As influências da MPB, que Brown acompanhou bem de perto, são evidentes em Lagoinha, Cavalo da Simpatia, Vilões Satisfeitos e Senhora, que recebeu arranjos de Jaques Morelenbaum. O reggae jamaicano aparece em Mess in the Freeway, faixa cantada em inglês com um patético sotaque baiano.

Brown usa até elementos da música árabe, como em Cearebe, que soa incompreensível, e Shalon, na qual ele utiliza sons ambientais de uma mesquita mulçumana, gravados em Belém, Israel, em setembro de 2000.

Todo disco é um desfile do cantor, compositor, produtor e percussionista baiano. Ele toca tudo: timbales, timbaus, bongôs, congas, surdos, triângulos e pandeiros. Entendam-no ou não, o baiano Carlinhos Brown e suas esquisitices se tornaram, de alguma forma, indispensáveis para a música nacional.




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