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Centro de Dança de Sto.André comemora dia do sapateado
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
23/05/2003 | 19:15
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Por causa do nascimento do dançarino norte-americano Bill “Bojangles” Robinson, em 1878, o Dia Internacional do Sapateado é comemorado em 25 de maio. A fim de celebrar a data, o Centro de Dança de Santo André e o grupo andreense de sapateado Pé com Som promovem neste sábado uma performance de sapateadores no centro da cidade.

Acompanhados pelo grupo de percussão Régua e Compasso, formado por crianças e adolescentes, os sapateadores partem às 10h do Cine-Teatro Carlos Gomes (r. Senador Fláquer, 110) em direção à Concha Acústica, na praça do Carmo. O percurso inclui o calçadão da rua Coronel Oliveira Lima.

Por volta das 11h, grupos de origens diversas apresentam coreografias na Concha Acústica. Entre eles estão Studio Gisele (São Caetano), Ballet Evelyn (São Bernardo), Quartier Latin e Instituto de Arte Coreográfica (Santo André), Studio Marchina e Grupo Racinha (São Paulo) e Grupo Arte e Movimento (Jundiaí).

A organização do evento prevê a participação de até 400 pessoas. “Se garoar, tudo bem. Se chover forte, cancelaremos”, afirma a coordenadora do Centro de Dança, Vera Bombonatti.

A “sapateata, mistura de sapateado com passeata”, como diz Vera, representa “uma oportunidade de popularizar o sapateado”. “A proposta é transformar o evento numa tradição”, afirma. O Centro de Dança não oferece aulas de sapateado, “mas existe a pretensão de criar um curso”.

Vera não considera o sapateado um gênero menor da dança: “Não sei se há gêneros. O que existe em dança são estilos, e não há como estabelecer se há menores e maiores. O sapateado é popular, utilizado em espetáculos e shows, mas o Brasil tem menos tradição. Se comparado com o samba, o sapateado sai perdendo”.

Para a produtora do Pé com Som, Rosemeire Fabri, existe preconceito contra o sapateado. “Queremos popularizar o sapateado e romper com o preconceito segundo o qual ele é uma dança de elite. Nosso objetivo é transformar o sapateado num movimento como o hip hop. Nos Estados Unidos, a molecadinha cola moedas nos sapatos e sai dançando”, diz.

Rosemeire, no entanto, reconhece que “a maior parte das pessoas que fazem sapateado nas academias são de elite”. O Pé com Som “pretende formar multiplicadores e trabalhar com a população dentro de um projeto social”.

A parceria do Centro de Dança com o Pé com Som não se restringe à “sapateata”. Vinculado à Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, “o Centro de Dança cede espaço para o Pé com Som ensaiar”, afirma Vera.

Radicada no Brasil, a pesquisadora italiana Marchina também participa do evento. Ela é a criadora do Método Marchina de Sapateado, que se sustenta no estudo sobre o amortecimento do impacto provocado nas articulações pelos passos.




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