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Lenda viva, mestre Tong realiza seminário em Santo André
Dérek Bittencourt
Especial para o Diário
17/02/2008 | 07:05
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A cidade de Santo André e o Colégio Stocco sediaram na última semana o Seminário Internacional de Qwan Ki Do, presidido pelo grão-mestre e fundador da arte, Pham Xuan Tong.

Vietnamita e radicado na França, o mestre é uma lenda viva e lutou na Segunda Guerra Mundial, na batalha entre norte-americanos e vietnamitas. “Vivi experiências dolorosas naquela guerra. Da minha geração todos foram obrigados a ir para a batalha”, comentou.

“Eu tinha 17 anos e meio quando fui para as forças armadas vietnamitas e as artes marciais me ajudaram muito. Não a matar inimigos, mas sim a refletir sobre a violência gratuita e desnecessária”, criticou.

Há 27 anos, o mestre Tong fundou o Quan Ki Do, ao realizar a fusão de outras artes marciais. “Quando meu mestre chinês (Chan Quan Ky) transferiu por testamento minha escola e como sou vietnamita, fiz uma mistura entre as escolas dos dois países para fundar o Qwan Ki Do”, explicou o mestre. “Ele foi morar na França em 1969 e durante os anos foi desenvolvendo sua própria arte a partir da que ele ensinava. Em 1981, fundou o Qwan Ki Do”, disse Evandro Crestani, Diretor Técnico Nacional da arte e organizador do seminário.

O mestre Tong, único fundador de uma arte marcial ainda vivo, cativou a atenção de todos, com muita irreverência e alegria, que ele conta ser essenciais.

“Na vida o conhecimento não pertence só a uma pessoa, e sim à humanidade. Nosso dever é transmití-lo e, para isso, não se pode colocar acima das pessoas. É necessário servir a todos, sempre com um sorriso no rosto.”

O significado de Qwan Ki Do é o caminho (Do) da energia (Ki). Já a palavra Qwan é uma homenagem ao mestre de Tong, que passou parte dos ensinamentos.

Muitos consideram as artes marciais violentas em função do contato e da força que proporciona. Entretanto, o mestre diz que sua arte é diferente. “As pessoas vêm praticar o Qwan Ki Do para canalizar a violência, colocando-a para fora através de gestos, exercícios e dos esforços”, explica.

“As artes marciais tradicionais têm seus perigos. A violência depende da conduta da pessoa, independentemente dos golpes”, emenda Crestani.

Durante o seminário, o mestre passou aos praticantes técnicas, princípios, dicas e informações importantes para o melhor desenvolvimento da arte. Porém, não só as mãos e os pés foram utilizados, como também armas.

Os participantes puderam faze uso de bastão, tonfa, nunchaku, dois bastões curtos separados e armas de corte. O mestre Tong também passou os ensinamentos para combates armados, chamado Cô Vô Dao.




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