O depoimento do ex-diretor do Departamento de Gestão Ambiental do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Roberto Tokuzumi, hoje, na Câmara, é uma incógnita. Convocado a prestar esclarecimentos à CPI, instaurada para apurar suposta venda de licença ambiental na autarquia, a qual denunciou, ele não deve comparecer por não ter sido intimado oficialmente com 48 horas de antecedência.

Os integrantes da CPI não conseguiram contatar o denunciante. O quinteto que compõe a comissão tentou oficializar a convocação na sexta-feira, mas não obteve êxito. "Estamos na esperança de ele comparecer amanhã (hoje), mas, caso não venha, vamos publicar edital de convocação público e deliberar os próximos passos", avaliou o presidente da CPI, vereador Donizeti Pereira (PV).

O verde afirma que a presença da imprensa está garantida durante as oitivas e que oficiou à OAB a indicar componente da entidade, caso interesse, para acompanhar os trabalhos de investigação.

Único oposicionista da CPI, José Montoro Filho, o Montorinho (PT), disse que, apesar da falta de notificação oficializada, Tokuzumi teve amplo conhecimento da convocação pela imprensa. Segundo ele, a dificuldade de encontrá-lo se deve ao fato de o ex-diretor não estar bem de saúde. "Tive ciência de que ele precisou fazer uma pequena cirurgia, tirar um cisto. Por isso, a expectativa é de que ele esteja aqui. Nunca se furtou de apresentar todas as informações."

MUDANÇA

O vereador Paulinho Serra é o mais novo integrante da CPI. Como líder do PSDB na Câmara, nomeou Marcelo Chehade para compor o grupo de averiguação. Mas, Chehade está em congresso de medicina nos Estados Unidos e Paulinho o substituiu na comissão de inquérito.

Chehade ficará na viagem por dez dias, mas receberá salário da Câmara normalmente (R$ 9.300). O presidente do Legislativo, José de Araújo (PMDB), disse que só é necessário pedir licença caso haja afastamento superior a 15 dias. "Só a partir desse período é que ele precisaria pedir formalmente."