As vendas de carros importados estão indo tão bem que a Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores) reviu para cima sua previsão para o volume comercializado em 2010.

A projeção inicial eram 80 mil unidades. No entanto, a quatro meses para o encerramento do ano, já foram importadas mais de 60 mil unidades. Com isso o presidente da associação, José Luiz Gandini, avalia que será possível superar os 90 mil veículos. Seria o segundo melhor desempenho anual, atrás apenas do registrado em 1995.

Para o dirigente, se o ritmo do último quadrimestre for semelhante ao do mês passado, dará para chegar próximo das 100 mil unidades. No ano passado, o segmento registrou a marca de 47.294 unidades.

Em agosto, as vendas do setor cresceram 19,9% na comparação com o mês anterior, de acordo com levantamento da Abeiva divulgado ontem.

Foram 10.041 unidades no mês passado contra 8.377 veículos em julho último. Com o resultado do mês, as importadoras contabilizam 60.218 unidades vendidas de janeiro a agosto, desempenho de comercialização 148,9% maior frente ao mesmo período do ano passado.

Os dados se referem ao emplacamento das 30 marcas filiadas à Abeiva, entre as quais Audi, BMW, Chery, Chrysler, Dodge, Effa, Ferrari, Jaguar, Jeep, Kia Motors, Land Rover, Maserati, Mini, Porsche, Suzuki e Volvo.

CHINESES
O efeito cambial (real valorizado frente ao dólar) e a chegada de novos fabricantes asiáticos no País têm colaborado para a participação dos carros importados crescer no mercado nacional. Em agosto de 2008, a fatia dos veículos trazidos do Exterior era de 14,2% do total das vendas de carros no Brasil, percentual que agora está em 18%.

Entre os concorrentes recém-chegados, um deles é a chinesa Haima, que se tornou a 30ª associada à Abeiva. Outra é a Chery, que chegou no ano passado, já é a quarta maior importadora (2.606 unidades vendidas neste ano) e tem planos ambiciosas de expansão. A empresa anunciou recentemente que vai montar fábrica no País (em Jacareí, interior de São Paulo) e ampliar a rede de revendas, que já conta com 50 filiais - faz parte dos planos concessionárias em São Bernardo, Santo André e São Caetano.

A chinesa Effa Motors, que tem revenda autorizada em Santo André, também segue em ritmo acelerado. "Crescemos 10% a 15% todo mês. Se tivesse mais carro, venderíamos", afirmou o gerente comercial, Pedro Luiz Carollo. Segundo ele, a montadora dobrou os pedidos de importação para atender à demanda, mas é preciso aguardar a chegada dos veículos.

CONCORRÊNCIA
Apesar da forte expansão, as importadoras ainda contribuem com percentual pequeno do total de carros trazidos do Exterior.

Enquanto as associadas à Abeiva representaram 3,39% das vendas totais de veículos no mercado nacional em agosto, as montadoras comercializaram no Brasil 47.091 carros produzidos em outros países, o que corresponde a 15,87% do total.