O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, na condição de procurador-geral Eleitoral (cargo acumulado nos anos eleitorais), emitiu parecer nesta quinta-feira negando os direitos de resposta pedidos pelo candidato Anthony Garotinho (PSB) ao Jornal Nacional e ao jornal O Globo. O ex-governador fluminense acusa os veículos das Organizações Globo de divulgação de informações inverídicas e ofensas pessoais – interpretação não compartilhada por Brindeiro.

O pedido de resposta de Garotinho é referente ao caso envolvendo a divulgação de fitas em que o candidato negociava com seus assessores o pagamento de propina a um fiscal da Receita Federal.

Durante entrevista no JN, há nove dias, Garotinho comprometeu-se com os âncoras William Bonner e Fátima Bernardes a permitir a veiculação do material, desde que fossem excluídos trechos que continham ataques pessoais. Depois, o candidato do PSB recuou e decidiu condicionar a publicação das fitas à divulgação integral de uma declaração gravada por ele mesmo.

A Globo decidiu não publicar nem a denúncia ou a gravação de Garotinho, alegando que o vídeo com a defesa do candidato continha ataques pessoais aos rivais Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB). O âncora William Bonner fez um comentário sobre o recuo de Garotinho no Jornal Nacional. O jornal O Globo divulgou matérias nos dias 11 e 12 de julho informando sobre a atitude do candidato. O presidenciável se sentiu lesado pela Globo nos dois casos.

O candidato ingressou com os direitos de resposta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro do TSE José Gerardo Grossi encaminhou o caso para julgamento do procurador-geral Eleitoral. Em seu despacho, Brindeiro alegou que a Globo não chamou Garotinho de "mentiroso", como protestou o candidato.