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Show do Red Hot Chili Peppers nao esquenta
Mario Gioia
Da Redaçao
10/10/1999 | 16:38
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O Red Hot Chili Peppers voltou a Sao Paulo na última sexta-feira, seis anos após a apresentaçao no Hollywood Rock (a melhor ediçao do festival, que teve atraçoes como Nirvana e Alice in Chains, no auge do grunge), em show correto, mas bem mais morno em comparaçao aos capacetes flamejantes exibidos anteriormente por Anthony Kiedis, Flea e companhia.

A apresentaçao de sexta, num Credicard Hall lotado de pós-adolescentes com bronzeados à la Maresias, ganhou na química entre o baixo de Flea e a guitarra de John Frusciante, que já havia tocado com a banda entre 1988 e 1993, fazendo com que o show tomasse uma direçao mais funkeada - e, por isso, cheia de solos alternados.

Frusciante substituiu Dave Navarro, astro de várias capas de publicaçoes descoladas internacionais, e que dava ao Peppers uma sonoridade mais pesada e, às vezes, até soturna, como em algumas faixas de One Hot Minute, trabalho que antecedeu Californication, lançado este ano.

Mas a maioria das 17 músicas tocadas veio do megasucesso Blood Sugar Sex Magik, cheio de baladas e hits grudentos, como Give It Away, Under the Bridge e a faixa-título, talvez a música que mais tenha provocados pulos na platéia, além de um obrigado com sotaque de Kiedis.

Cabelos - Kiedis e Flea entraram elétricos, como de costume: o primeiro, de cabelos descoloridos em tom loiro; o baixinho, com tintura pink. O público começou a curtir o show na segunda música, Give It Away, e ficou ainda mais empolgado na seguinte, Scar Tissue, a música de trabalho de Californication e também uma das mais executadas nas FMs e na MTV. A empolgaçao continuou até a sexta música - a citada Blood Sugar Sex Magik.

Daí para frente o show foi deixando o pop de lado e ganhando contornos de funk metal, estilo desenvolvido pelo grupo californiano desde a década de 80 e que, ao vivo, pode provocar virtuosismos chatos.

Mas a raiz negra do Peppers também incorporou o espírito setentista de Frusciante (vestido como se fosse um bicho-grilo do Black Crowes), que consegue dar peso aos riffs de guitarra, mas adere sem dó às viagens suingadas propostas pelo baixo de Flea.

Depois de 1h05 de show, o bis veio com uma baladinha hipponga cantada por Frusciante, seguida de My Friends, presente na trilha do filme Coneheads e em One Hot Minute, e a leve Power of Equality. Quando a platéia esperava outra entrada da banda, talvez com Suck My Kiss e Higher Ground, as luzes se acenderam e os técnicos começaram a retirar equipamentos, frustrando o público depois de 1h25 de show.




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