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Setor automotivo vai bem no trimestre no País
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
08/04/2011 | 07:26
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A produção de veículos no País foi recorde no primeiro trimestre. Foram fabricadas 902,1 mil unidades, maior marca da história para o período do ano e 7,9% acima do volume do mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

O forte desempenho da indústria automotiva ocorre apesar da queda de 0,4% na fabricação em março frente a fevereiro. O ajuste nas linhas de montagem refletiria a perspectiva de retração na demanda, por causa das medidas do governo federal para conter o consumo: elevação da taxa básica de juros e aumento do depósito compulsório dos bancos para os financiamentos de longo prazo.

Para o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, as medidas de contenção de crédito devem impedir crescimento mais robusto do setor, embora as vendas das fabricantes ainda se mantenham em rota de expansão. Em março, o volume comercializado subiu 11,7% em relação a fevereiro e no trimestre, o licenciamento de carros novos registrou alta de 4,7% na comparação com igual período de 2010.

Belini aponta as razões do desempenho das vendas: o volume de crédito em fevereiro de 2011 chegou a R$ 188,5 bilhões, 18,2% mais que no mesmo mês de 2010; embora os juros estejam 2,1% mais altos no segmento (subiram para 20,3% ao ano).

No entanto, ele assinala que o Índice de Confiança do Consumidor, da FGV (Fundação Getulio Vargas), já começa a recuar. Em fevereiro, estava em 122,6 pontos (numa escala que vai de zero a 200) e caiu para 120 pontos.

O presidente do Sincodiv-SP (Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos no Estado de São Paulo), Octávio Vallejo, afirma que o mercado continua firme, embora observe sinais de diminuição da demanda neste mês.

EXPORTAÇÕES

As exportações no primeiro trimestre cresceram 14,3% frente a igual período de 2010. No entanto, boa parte da expansão se deveu às encomendas de CKDs (veículos desmontados), que ampliaram 54,7%. Enquanto isso, os carros montados (total de 119,5 mil unidades de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) tiveram retração de 2%.

O desempenho fraco no Exterior contrasta com a maior participação dos importados no mercado interno. Houve a venda de 120 mil veículos prontos a outros países nos primeiros três meses. Por sua vez, 182 mil carros fabricados lá fora ingressaram no País. Com isso, o deficit comercial chegou a 62 mil unidades.

Montadoras querem medidas para elevar competitividade

Representantes das montadoras vão apresentar ao governo, ainda neste mês, estudo mostrando os caminhos para elevar a competitividade do setor nas exportações. Foi o que adiantou ontem o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini.

O dirigente não revelou os detalhes do que será apresentado, mas demonstrou preocupação com a entrada crescente de importados e com a dificuldade de ampliar as vendas ao Exterior. "A apreciação do real faz com que tenhamos mais dificuldade para exportar", disse Belini.

Enquanto as vendas internas de carros fabricados no Brasil no primeiro trimestre (643 mil unidades comercializadas) tiveram retração de 0,5% frente a igual período de 2010, os importados (182 mil veículos) registraram crescimento de 28,5% no mercado nacional. Nos primeiros três meses do ano passado, os carros produzidos no Exterior já haviam ampliado em 35,4% as vendas na comparação com janeiro a março de 2009.




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