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Servidores do Poder Judiciário mantêm paralisação para esta quarta-feira
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
28/04/2010 | 07:00
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Os servidores do Poder Judiciário em todo o Estado de São Paulo cruzam os braços, a partir de hoje, por tempo indeterminado, como parte da luta da categoria pela reposição salarial.

Ontem, os representantes do segmento saíram frustrados de reunião com o desembargador Antonio Carlos Malheiros, que preside a comissão salarial do TJ (Tribunal de Justiça). "Não deu em nada", afirmou o diretor de imprensa da Assetj (Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça), Sylvio Micelli. Ele citou que, em vez de negociar, Malheiros apenas informou a posição da presidência do tribunal, em encontro que durou não mais do que 15 minutos.

Segundo Micelli, o que foi apresentado pelo desembargador nem de longe responde aos anseios dos servidores.

Em nota divulgada pelo tribunal, sob o título "Reunião entre TJSP e servidores foi improdutiva para ambas as partes", o órgão do Judiciário informou que, durante o encontro, o plano de cargos e carreiras, há muito tempo esperado pelos servidores, entrará na pauta de votação da Assembleia Legislativa no início de maio.

Também informou que "tem havido tratativas entre representantes do tribunal e do Banco do Brasil, com o objetivo de rever a situação de alguns funcionários que tiveram o cheque especial suspenso e outros que estão em débito com a Nossa Caixa".

SEM PROPOSTA - O principal ponto da pauta de reivindicações, a reposição salarial, não foi alvo de contraproposta. O que foi colocado pelo TJ, de acordo com o diretor da Assetj, é que apenas no segundo semestre, "talvez em agosto, é possível que venha alguma coisa", mas não foi oferecido percentual de aumento.

A categoria, que reúne cerca de 56 mil servidores em todo o Estado - na região, são cerca de 2.500 - pleiteia reajuste de 20,16%. Segundo Micelli, o índice se deve ao descumprimento das datas-base de 2009 e 2010 por parte do tribunal e também contempla residual da data-base de 2008, que também não foi paga.

O dirigente afirmou ainda que, somada à inflação dos dois últimos anos, a não correção dos salários na data-base tornou a perda de poder aquisitivo "insuportável". Para a Assetj, as condições de trabalho vêm piorando no Judiciário paulista e há carência de mão de obra, que ultrapassa 15 mil pessoas, o que gera acúmulo nos processos

A decisão pela paralisação havia sido tomada, em assembleia geral no dia 14. Nova assembleia está marcada para hoje, às 13h, na Praça João Mendes, no centro da Capital.

A perspectiva do presidente do Sindicato União dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo, Wagner José de Souza, é que o movimento comece com 8.000 trabalhadores parados e que o número deverá crescer com o tempo.




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