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Famílias de alojamento terão ultimato
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
05/06/2011 | 07:52
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A secretária de Habitação de São Bernardo, Tássia Regino, afirmou que as dez famílias que ainda estão no alojamento José Fornari receberão ultimato nesta semana para que deixem o espaço. "Elas têm de sair, pois estão atrasando a construção das moradias que vão ocupar em breve", explicou, ao falar sobre o projeto Silvina/Naval, que será erguido no terreno do alojamento.


Os moradores deverão ser atendidos também no conjunto Vila Esperança. As obras de ambos devem começar ainda neste ano, e o prazo de conclusão é de 12 meses. "As famílias que sobraram disseram não ter conseguido aluguel, mas com a entrega de unidades no conjunto Três Marias, há lista com vários imóveis. Não vai ter mais desculpa."
A auxiliar de limpeza Ana Paula Bagarin, 37 anos, e o marido José Renato Silva, 49, desempregado fazem parte das dez famílias que não conseguiram deixar o alojamento José Fornari. A saída é necessária porque as obras do Centro Educacional Unificado Silvina ameaçam a estrutura fragilizada dos blocos de moradia.


A remoção total foi anunciada no início de março, depois que a estrutura de madeira que sustentava as caixas- d'água veio abaixo durante a madrugada. A promessa era que as famílias saíssem até o fim de março. Junho chegou e ainda há pessoas vivendo em condições precárias no local, em meio a lixo e entulho. Semana passada, um cano estourou e os alojados ainda são obrigados a conviver com lamaçal diante dos blocos.


Apesar de sair diariamente para procurar casa para locação, o casal não consegue encontrar. "Temos quatro filhos e fica difícil achar aluguel por R$ 315", disse Silva.

Situação semelhante vive a dona de casa Cristina Simonei, 37. Ela deixou o Oleoduto há quatro anos e mora com os três filhos no alojamento. Cristina vive do Bolsa-Família, pois está desempregada. "Só achei aluguel de R$ 600, não dá para pagar", afirmou.


Outro que continua no local é o líder comunitário Moisés Bispo dos Santos, que teme pelos quase 2.000 livros e revistas da biblioteca comunitária instalada no Bloco I. "Querem colocar os livros no Centro de Formação Profissional Leo Comissari, mas falaram que vão selecionar só alguns e que os outros é para jogar fora. Não posso fazer isso."




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