Economia Titulo
Batata e tomate impulsionam inflação
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
02/04/2011 | 07:30
Compartilhar notícia
Celso Luiz/DGABC


O grupo de produtos de alimentação teve a maior contribuição para elevar a inflação de março. E os itens que mais pesaram no bolso do do consumidor foram o tomate e a batata.

Somente a batata apresentou acréscimo de 19,4% em março em comparação ao mês anterior. Enquanto isso, o tomate encareceu 15,3% no mesmo período.

Entre as causas para a formação dessas elevações estão as chuvas. Mas, por outro lado, a alface, que também sofre com os grandes volumes, apresentou queda média nos preços de 4,16%.

Isso se explica por conta da volatilidade de seu custo, comandada pela oferta e procura do item, não foi o suficiente para segurar a elevação do grupo alimentos, de 0,98%, dentro do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal).

Segundo a instituição responsável pelo indicador, o Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), os alimentos exerceram maior pressão no indicador, que subiu 0,71%.

"O resultado é preocupante", afirmou o coordenador do IPC-Brasil (Índice de Preços ao Consumidor-Brasil), o professor do Ibre-FGV Paulo Picchetti.

Para atingir as estimativas da instituição, de 5,8% acumulados no ano, o IPC-S deveria variar, aproximadamente, 0,35%, calculou Picchetti.

A pesquisa mede a inflação com base nos preços cobrados entre os dias 1º e 31 de março sobre 1º até 28 de fevereiro.

PREÇOS - Picchetti explicou que existe diferença na formação dos valores entre os produtos do grupo das hortaliças e dos legumes.

A alface, por exemplo, que encareceu mais que vários outros alimentos no primeiro bimestre, teve queda mesmo com a continuidade das chuvas.

Por outro lado, as carnes continuam apresentando deflação, mas os sinais de que não atingirão os preços do começo do ano passado surgiram.

Houve desaceleração do processo de queda dos preços das carnes bovinas. Em fevereiro a deflação era de 2,33%, enquanto no mês passado o recuo médio não passou de 1,63%.

"Neste caso, os preços já vinham caindo por causa do fim do período de entressafra", explicou Picchetti. Mas o especialista pontuou que a estrutura de formação do preço desses produtos depende sempre da procura.

"Tanto a demanda externa quanto a interna estão altas", destacou o professor. Portanto, o movimento de descida dos preços das carnes começou a estabilizar. Quando maior a demanda, sem elevação suficiente de oferta, maiores os preços.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;