Cultura & Lazer Titulo
População aprova volta da arte na estação de trens
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
14/02/2003 | 19:01
Compartilhar notícia


Os dois painéis do artista plástico paulistano Alex Flemming instalados na Estação Ferroviária de Santo André ficaram obstruídos de 21 de janeiro até sábado passado (dia 8). Isso por conta de cabines provisórias de venda de bilhetes e assentos colocados diante dos trabalhos, o que atrapalhou a visualização dos mesmos. O Diário esteve no local para verificar se as composições artísticas estavam visíveis e para conversar com usuários da estação.

Do lado esquerdo dos painéis, a CPTM instalou as cabines definitivas, e à direita ficam as catracas. Com isso, as pessoas que compram os bilhetes passam obrigatoriamente em frente às obras antes de chegarem às plataformas. E, agora, os usuários podem novamente apreciar os painéis.

“Essas obras são muito bonitas: gostei das figuras e das cores. Achei muito legal”, disse o estudante Carmine Perrella Neto, 10 anos, morador de Mauá. O garoto estava acompanhado de seu pai, o aposentado Carlos Perrella, 51. “São trabalhos muito criativos. Acho que em todas as estações de trens deveria haver obras. Seria uma maneira de transmitir mais cultura à população”.

A estudante Núbia Melo, 27 anos, de Santo André, nunca tinha visto as composições. “Acho importante essas obras em espaços públicos pois é uma oportunidade de pessoas simples a terem contato com arte”, disse.

“Já tinha visto os painéis, mas nunca parei para apreciá-los porque sempre que passo por aqui estou com pressa. De qualquer forma, arte nunca faz mal”, afirmou o guia turístico Fabrício Borges Menes, de Ribeirão Pires.

 Flemming soube do início e do fim do “caso” da obstrução de suas obras por meio do Diário. Ele concedeu entrevista à reportagem no próprio sábado em que as composições finalmente puderam ser vistas de novo. Falou de Berlim, na Alemanha, onde mora desde 1991.

“Quando soube da obstrução, pensei que jamais tirariam os obstáculos que impediam a visualização dos painéis. Fiquei com medo de que algo ainda pior pudesse acontecer, como quebrarem as paredes onde estão os murais para, de repente, instalarem um cano ou coisa do tipo. O termo ‘cabines provisórias’ me colocou em pânico. Da minha cabeça não saia a idéia do provisório que dura para sempre”, disse o artista.

Na ocasião, Flemming disse que um dos motivos que o fizeram ir definitivamente para a Alemanha é que lá seu trabalho é mais respeitado do que no Brasil.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;