O julgamento dos dois policiais estava inicialmente marcado para novembro do ano passado, sendo adiado devido à apresentaçao pela defesa de uma nova ediçao do vídeo que registrou os crimes. Também nao pôde ser realizado em janeiro devido à licença-maternidade da advogada de defesa Wilma Moretti, da Associaçao de Cabos e Soldados. Oito ex-policiais já foram condenados pelos crimes de abuso de autoridade, tentativas de homicídio e pela morte do conferente Mario José Josino. O caso obteve repercussao nacional e internacional ao ser registrado em vídeo por um cinegrafista free lancer.
A maior condenaçao, até agora, foi a do ex-soldado Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, com um total de 65 anos. Seu primeiro julgamento pode ser anulado na próxima terça-feira pelo Tribunal de Justiça do Estado. Outro ex-soldado, Maurício Gomes Louzada, obteve a segunda maior condenaçao, devendo cumprir 27 anos. Seis dos policiais condenados já cumpriram suas penas e estao soltos. Apenas um, o soldado Adriano Lima de Oliveira, foi reintegrado à Polícia Militar.
A sessao desta segunda, que é presidida pela juíza Cláudia Maria Carbonari, nao tem hora prevista para terminar.
Tortura - Júnior, hoje com 28 anos, é um dos ex-PMs mais ativos nas cenas de agressao e tortura. Ele vai ser julgado pela co-autoria nas tentativas de matar Silvio Calixto Lemos, Jefferson Caputi e Antonio Carlos Dias e na morte de Josino, além de 12 casos de abuso de autoridade.
Pelo menos duas cenas de barbárie transformaram Júnior em um dos ex-policiais mais identificados com o caso. Na primeira, na madrugada de 3 de março de 1997, ele agride Calixto com as maos até receber um cacetete de Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, quando aumenta a intensidade do espancamento. Pouco depois, Rambo dá um tiro na vítima e erra.
Na outra, na madrugada de 7 de março, Júnior retira o tênis de Caputi para bater com o cacetete na planta do pé direito, "para nao deixar hematomas". O tiro que vai matar Josino é disparado por Rambo momentos após a sessao de tortura.
Já o ex-sargento Reginaldo José dos Santos, 39 anos, foi o único policial a ser solto antes do julgamento, após cumprir seis meses de prisao. Após a Justiça desclassificar a acusaçao de formaçao de quadrilha ou bando, Santos passou a ser acusado apenas por dois abusos de autoridade.
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