A trajetória da personagem de Mônica Torres em Belíssima, da Globo, pode ser pouco convincente. Afinal, a invejosa Karen, foi rebaixada de dona da agência Razzle-Dazzle para secretária da ex-sócia Rebeca (Carolina Ferraz). Talvez pelo inusitado, a atriz garante que vem se divertindo com as trapalhadas vividas pela ex-modelo. "É uma pequena canalha, uma amiga-da-onça", diz.
PERGUNTA: Belíssima está na reta final. Que balanço você faz da sua participação?
MÔNICA TORRES: Fico muito feliz por participar de uma história que tem elementos que prendem a atenção dos telespectadores. Além disso, estou adorando interpretar uma personagem que é dona de um caráter bem duvidoso. A Karen é uma mesquinha, que, ao mesmo tempo, tem um humor bastante sutil e chega a beirar o sarcasmo. Esse é o grande barato. A novela, aliás, tem toda uma aura de mistério, que, por sinal, tem feito com que todo o elenco faça suas apostas. De vez em quando a gente se pega tentando descobrir quem será o grande vilão e os possíveis desfechos para os personagens.
PERGUNTA: E que final você vislumbra para a Karen?
MÔNICA TORRES: Espero que a Karen não acabe como está, pois mostra que não aprendeu muito com as trapaças que cometeu. Gostaria que ela tentasse um novo golpe e se desse mal, se estrepasse, para que o público visse que não vale a pena as armações que ela comete.
PERGUNTA: A Karen, como você falou, é dona de um caráter duvidoso. A Nívea em Da Cor do Pecado, por sua vez, era uma mulher um tanto preconceituosa. Esse tipo de personagem é melhor de fazer do que as mocinhas?
MÔNICA TORRES: Sem dúvida. Mas não tenho essa coisa de só querer fazer, por exemplo, a vilã. Ao contrário: onde tiver trabalho, estou fazendo e não importa como será a personagem. Confesso que é um exercício maior para o ator compor personagens distantes da nossa realidade, pois a gente pode criar em cima. Não por acaso, a personagem que mais gostei de fazer até hoje foi a Madalena na novela Helena, da extinta Manchete, que era uma louca que vivia enclausurada num porão.
PERGUNTA: Uma personagem dessas dá mais trabalho que uma normal?
MÔNICA TORRES: Dá. A Madalena foi a personagem que me deu mais trabalho para criar, mas tive enorme prazer. Me empenhei muito. Trabalhei cada detalhe e percebo que foi uma construção muito boa. Escolhi minuciosamente cada gesto, cada trejeito, a maneira de olhar. Deu muito certo, já que a personagem gerou uma boa repercussão. Mas também jamais esquecerei a primeira vez que atuei numa novela, em A Conquista, da TVE.
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