Empresa do tucano Jerri de Souza, assessor
do ex-vereador, recebeu do governo de Lauro
Ex-líder do governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), na Câmara, o ex-vereador José Dourado (PSDB) negou relação com contrato que uma construtora de seu ex-assessor Jerri de Souza (PSDB) possuiu com a gestão do verde, no valor de R$ 148 mil. O Diário mostrou no dia 13 que a firma não possui sede própria.
O tucano afirmou categoricamente que, apesar de a mulher de Jerri, Solange, ter sido funcionária comissionada em seu gabinete, não houve conflitos de interesse. “Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O Jerri é meu amigo e foi meu cabo eleitoral, mas não assessor”, justificou o ex-parlamentar.
De propriedade de Jerri, a Azyal Construções Civis Ltda foi contratada em 2014 sem licitação pelo governo Lauro para reformar telhados de quatro ginásios municipais. A equipe do Diário visitou todos os equipamentos e, em alguns deles, como no Ayrton Senna, localizado no Centro, funcionários relataram que a cobertura da quadra nunca recebeu intervenções. Todos esses centros esportivos sofreram com alagamentos por conta das fortes chuvas que atingiram a região no início do mês. Em alguns complexos, como no Rômulo Arantes, no bairro Casa Grande, a falta de manutenção dos telhados faz com que as calhas acumulem água parada e sirvam de foco para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e do zika vírus.
A Azyal Construções, também conhecida como Contex, foi aberta em 2010. Porém, seu primeiro e único contrato com o poder público só apareceu quatro anos depois, com o Paço de Diadema. No endereço da firma cadastrado na Junta Comercial, na Rua da Saúde, no Eldorado, não existe nenhuma construtora. O local abriga a própria casa de Jerri e outras várias residências de aluguel, todas de propriedade do tucano.
Jerri também era um dos responsáveis pela obra da Igreja Assembleia de Deus, no Eldorado, que desabou em junho do ano passado, ferindo seis pessoas e vitimando Vanda Maria Martins Domiciano, 54, que foi atingida por uma pilastra e não resistiu aos ferimentos. O caso ainda é investigado pelo 4º DP (Eldorado) de Diadema e, passados nove meses, ninguém foi responsabilizado.
Segundo as investigações, Jerri foi flagrado por câmeras de casas vizinhas removendo entulho da obra no momento em que o teto do templo desmoronou. Não há informações oficiais, porém, de que a Azyal era a responsável pelas intervenções. A reforma não tinha alvará da Prefeitura nem engenheiro responsável.
O Ministério Público informou ao Diário que vai apurar se há irregularidades no contrato com a Azyal, feito por meio de carta-convite. A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Diadema já abriu inquérito para apurar contratos do governo Lauro com outra construtora, a Mendonça e Silva, de quase R$ 1 milhão. O caso já é alvo de CPI na Câmara.
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