Segundo decisão tomada nesta terça-feira por um tribunal australiano, o suposto criminoso nazista será extraditado para a Letônia, terá de devolver seu passaporte australiano e abster-se de ir a qualquer lugar em que tenha possibilidade de viajar ao estrangeiro.

Aos olhos de seus amigos e vizinhos de Melbourne, sudeste da Austrália, Kalejs, 87 anos, é um senhor tranqüilo, enquanto que, para os caçadores de nazistas é um ex-oficial e uma unidade da polícia do III Reich que matou milhares de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Kalejs entrou para o exército letão aos 22 anos. Quando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) ocupou seu país, em 1940, se uniu às fileiras do Exército vermelho e, um ano mais tarde, quando as tropas alemãs afugentaram as russas de seu país, à polícia auxiliar de segurança letã.

Kalejs, que sempre desmentiu estas acusações, alegando ter sido agricultor durante a Segunda Guerra Mundial, se instalou depois da guerra na Dinamarca, em 1945. Cinco anos mais tarde, chegou à Austrália como refugiado e, depois de obter cidadania australiana, se instalou nos Estados Unidos e no Canadá, dois países de onde foi expulso depois de investigado pelo Departamento americano de Justiça sobre suas atividades nazistas.