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Com medo, moradores do Centreville sofrem com arrastões
Daniel Tossato
Do Diário OnLine
22/03/2017 | 09:00
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Daniel Tossato/DGABC


Medo. Esta é a palavra que resume o sentimento dos moradores do bairro Centreville, em Santo André. As mulheres já não esperam mais os ônibus nos pontos, elas aguardam nas portas de suas casas e quando o coletivo desponta na rua, elas correm até a parada. Os alunos que estudam no período noturno na Escola Estadual Profª Ondina Rivera Miranda Cintra, na região, se demonstram preocupados no retorno para casa.

Todos esses relatos são resultado dos contantes assaltos que estão ocorrendo pelas redondezas do bairro. Se até o fim de 2016 as ações tinham a parte da noite como preferência, desde o começo do ano os arrastões têm acontecido em plena luz do dia.

“Minha filha foi agredida por um dos assaltantes que rondam o bairro. Ela vinha para casa, depois que saiu da escola, e foi abordada por um rapaz que estava numa moto e que pediu que ela entregasse o celular para ele. Como ela negou, acabou tomando uma coronhada nas costas”, disse o porteiro e morador do bairro há 34 anos, Valdir Cipriano da Silva, 50 anos.

Em um raio de 50 metros pelas ruas do bairro, aproximadamente, foi possível encontrar cinco pessoas que sofreram tentativas ou assaltos nos mais diversos horários em pouco mais de um mês. “Minha filha foi seguida por um homem de moto que queria levar seus pertences. O tal motoqueiro ainda a teria ameaçado de morte”, relatou o comerciante José Manuel Florêncio, 52. “Tenho medo que aconteça alguma coisa com ela e sempre rezo para que chegue bem em casa”, desabafou.

Apesar dos moradores relatarem horários distintos para as ações dos criminosos, eles convergem em uma questão: eles agem sempre com motocicletas e os celulares são sempre os objetos mais roubados.“Tive que fazer um seguro para o celular do meu filho e peço para que ele não use os fones de ouvido enquanto anda pelas ruas”, explicou Silva.

Além de assaltadas, as mulheres temem que algo de mais grave aconteça. Muitas relatam o pavor de serem estupradas enquanto retornam do trabalho ou da escola. “Alguma moradoras acabam correndo para dentro do meu bar quando percebem algum suspeito rondando”, conta o comerciante José Batista, 49. “Pelo menos duas vezes por semana isso acontece”, contou.

Infelizmente nenhum dos moradores que sofreram os assaltos registrou boletim de ocorrência, o que pode prejudicar a ação da polícia.

O Centreville fica na área pertencente ao 41º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano e a PM foi questionada se havia algum tipo de operação para coibir os constantes assaltos relatados.

Em nota, a PM explicou que a região recebe ações constantes por meio de programas de policiamento Rádio Patrulha, Ronda Escolar e Força Tática. A área, ainda segundo a nota, também é alvo de grandes operações como a Porto Seguro e Pancadão, por exemplo.

A Polícia Militar detalhou que reduziu os roubos em 30% no mês de fevereiro e que pode diminuir este delito em 50% em março. No último dia 15, a PM prendeu dois indivíduos que, de motocicleta, praticavam roubos naquela região.

Por fim, a PM reforça a importância da elaboração dos boletins de ocorrência pelas vítimas, já que a ação dos agentes policiais é baseada em critérios de análise de comportamento criminal, que ficam evidenciados através destes registros.




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