Esportes Titulo Ramalhão
Santo André tem
caminho mais cômodo

Comparativo entre ameaçados de rebaixamento da
série A-2 aponta boas perspectivas ao time da região

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
16/03/2012 | 07:29
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Se a bola não está entrando e os ânimos de todos no Santo André estão exaltados, o time tem pelo menos um ponto a favor na luta contra o rebaixamento: a tabela. Considerando os quatro jogos que as oito equipes que brigam contra a degola têm pela frente, o Ramalhão é o único que fará três deles em casa, no Bruno Daniel (mesmo que com portões fechados), fato considerado importante pelo técnico Ruy Scarpino desde que haja uma condição.

"A classificação se tornou impossível, então é necessário ter calma. Temos três jogos em casa e buscaremos as vitórias para manter o time na Série A-2", disse o treinador. "É hora de ter lucidez, porque se desesperar põe tudo a perder. Primeiro vamos brigar contra o rebaixamento, sem esmorecer e deixar cair. É o momento de a liderança ter calma. Sabemos que a cobrança vem e tem de existir", emendou.

Os sete times que lutam como o Santo André são Palmeiras B, Monte Azul, Rio Claro, Santacruzense, América, União São João e Rio Preto. Cada um deles apresenta uma situação pela frente (veja na tabela ao lado) para se safar da Série A-3 de 2013.

Os cenários mais complicados são os de Monte Azul e América. O primeiro terá três confrontos diretos contra times da zona de baixo da tabela e ainda pega o líder Audax, enquanto o segundo faz três dos quatro duelos fora de casa. Tudo isso já pode ser favorecedor ao Ramalhão.

Por outro lado, o time do Grande ABC joga contra duas equipes que estão no G-8, casos de Ferroviária (terceira colocada) e União Barbarense (oitavo), além do São José (12º) - todos estes em casa. Já o duelo diante do União São João será em Araras e o rival já poderá estar inclusive rebaixado quando se enfrentarem.

E desta vez quando se fala em mando de jogo, o Santo André jogará de fato no Bruno Daniel, o que ainda não aconteceu nesta Série A-2. Segundo o atacante Fábio Santos, será diferencial a favor do Ramalhão. "Tem que ser diferente, não, vai ser diferente! Sabemos da nossa responsabilidade. Pegamos o Santo André na Série A-2 e o mínimo é deixar na A-2. Brigaremos até o fim e sábado (amanhã) vamos obter essa vitória", afirmou o artilheiro do time no torneio, com sete gols. "Vamos ver se o Bruno nos trás um pouco de sorte", emendou o zagueiro Júnior Paulista.

Baseado na confiança, Ruy Scarpino garante que todos no grupo ainda acreditam ser possível salvar o time da degola. E ele vai além. "O comprometimento de todos é grande para que a equipe permaneça e também busque a situação da Copa Paulista (precisa ficar entre os 12 primeiros) para ser trabalhada em paralelo com a Série C", concluiu Scarpino, visualizando os próximos campeonatos do Ramalhão.

Elenco acerta diferenças em mais de uma hora de reunião

Uma hora e cinco minutos. Foi esta a duração da reunião fechada entre os jogadores do Santo André, ontem à tarde, no Estádio Bruno Daniel. Mas se eram esperadas acusações ou discussões mais enérgicas, o clima foi de união na tentativa de ajustar a situação para os quatro últimos jogos do Campeonato Paulista da Série A-2.

Após cerca de 30 minutos reunidos com a comissão técnica, os atletas decidiram fazer encontro somente entre eles, para aparar algumas arestas e definir o que será do time daqui para frente. "Ninguém sabe o que vai acontecer depois desses quatro jogos quando acabar o campeonato. Não teve discussão, briga ou um apontando o dedo para o outro. Buscamos arrumar soluções e fechamos que precisamos ganhar três dessas quatro partidas para escapar", disse o lateral-esquerdo Andrezinho.

Segundo o diretor de futebol Sérgio do Prado, os problemas que ficaram pendentes do jogo contra o Audax, quando alguns jogadores discutiram em campo e deixaram o clima quente no vestiário, foram resolvidos. "Das situações de desencontro que estavam acontecendo foi tudo sanado", explicou. "O ambiente estava um pouco pesado. Essa cobrança entre eles a diretoria enxerga como altamente positiva, porque mostra que estão querendo mais. Ficaríamos chateados se o time perdesse e cada um fosse para casa."

Andrezinho confirmou a fala do dirigente quanto aos ânimos exaltados no vestiário do Estádio Nicolau Alayon após a derrota para o Audax, por 3 a 1. E reafirmou que a reunião de ontem foi altamente produtiva.

"Depois do jogo, da forma como perdemos, dominando o segundo tempo, é normal um ambiente daqueles, sabendo que estamos um ponto acima da zona de rebaixamento. A cabeça fica a mil. Mas hoje (ontem) foi tudo tranquilo, falamos em ter um pouco mais de paciência e se fechar mais, se ajudar mais, para que alguma coisa mude para a gente melhorar. Foi algo saudável."

Sérgio do Prado reconheceu que caso a conversa tivesse ocorrido anteontem, o fim poderia ser outro. "Estão todos descontentes com os problemas que vêm acumulando. Foi bom que conversaram hoje (ontem), e não depois do jogo (quarta-feira), porque quando se está de cabeça quente só se fala, desabafa, atira e não tem capacidade de ouvir", afirmou.

Os jogadores afirmaram que compartilham da insatisfação que vem das arquibancadas. "Tentamos blindar de todas as formas e projetamos ganhar sábado (amanhã) de qualquer jeito. Se o torcedor não está satisfeito, nós muito menos", comentou Andrezinho. "Esperamos que essa soma de fatos, a insatisfação dos jogadores e a volta ao Bruno Daniel criem uma sinergia para que o trem volte aos trilhos", concluiu o dirigente.

NADA OFICIAL
Sérgio do Prado desmentiu ontem a informação de que uma empresa multinacional pretende patrocinar os 20 clubes da Série C do Campeonato Brasileiro. "Surgiu esta situação de possível patrocínio para todos, mas nada foi oficializado ainda. É algo a ser tratado", disse.




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