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Bafta e Berlinale: surpresa e política
Das Agências
21/02/2006 | 08:08
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O filme O Segredo de Brokeback Mountain, sobre a história de amor entre dois caubóis, foi o grande vencedor dos prêmios da Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas (Bafta, na sigla em inglês), considerados os Oscar do cinema britânico, ao faturar quatro estatuetas na cerimônia de entrega celebrada em Londres domingo.

Brokeback Mountain faturou os prêmios de melhor filme, melhor diretor para o taiwanês Ang Lee, de melhor roteiro adaptado e de melhor ator coadjuvante para Jake Gyllenhaal.

O idílio gay desbancou o O Jardineiro Fiel, filme britânico dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, que era considerado o favorito por estar indicado em 10 categorias.

Memórias de uma Gueixa, sobre a moça pobre que se torna uma talentosa gueixa, foi o segundo filme mais premiado da noite, com três Bafta: melhor fotografia, figurino e música.

Philip Seymour Hoffman, protagonista do filme Capote, sobre o escritor norte-americano Truman Capote, faturou o prêmio de melhor ator e Reese Witherspoon foi a vencedora na categoria melhor atriz por sua atuação no filme Johnny e June, sobre a vida do cantor de música country Johnny Cash.

Berlinale – O tom do 56º Festival Internacional de Cinema de Berlim foi decididamente político ao longo de seus nove dias de competição, encerrada no último sábado. O filme bósnio Grbavica sobre os horrores sofridos por milhares de mulheres estupradas durante a guerra levou o Urso de Ouro de melhor filme. Dirigido pela jovem cineasta Jasmila Zbanic, 31 anos, conta a história de uma mãe confrontada com os demônios de seu passado em Sarajevo, depois da guerra.

“Agradeço ao júri por ter convidado um filme de pequeno orçamento proveniente de um pequeno país. Vou aproveitar esta oportunidade para recordar que os criminosos de guerra (o ex-chefe militar dos sérvios-bósnios Ratko) Mladic e (Radovan) Karadzic até agora não foram capturados e foram eles que organizaram os estupros coletivos”, disse Jasmila.

Para seu primeiro longa, ela escolheu um fato da história recente de seu país, relatando-a por intermédio de Esma, que cria sua filha Sara no bairro de Grbavica. Sara ignora que é fruto de um estupro cometido contra sua mãe por um soldado sérvio e, ao contrário, pensa que é filha de um combatente bósnio morto heroicamente na frente de batalha.

O Urso de Prata de melhor diretor foi entregue a Michael Winterbottom e Matt Whitecross por seu filme The Road to Guantánamo, sobre os custos morais da guerra contra o terrorismo internacional travada pelos Estados Unidos e relata a história real de três muçulmanos britânicos que vão a um casamento no Paquistão, são detidos no Afeganistão pelas forças americanas e interrogados e torturados pelos serviços secretos americanos e britânicos na prisão americana em Cuba. A melhor atriz foi a alemã Sandra Hueller por sua interpretação em Requiem, sobre uma jovem que morre depois de um exorcismo. E o Urso de Prata de melhor ator foi entregue ao alemão Moritz Bleibtreu, por seu papel em As Partículas Elementares.

O curta-metragem BerlinBall, da diretora brasileira Anna Azevedo, ganhou o Berlin Today Award, prêmio concedido aos novos diretores. Trata-se da história de três garotos da Paraíba que sonham virar um novo Marcelinho Paraíba, jogador do Hertha Berlim.



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