Esportes Titulo Confidencial
Erros grotescos e impossíveis de digerir
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
07/03/2017 | 07:00
Compartilhar notícia


Foi, está e vai ser difícil de o torcedor do Santo André esquecer o que aconteceu domingo, no Morumbi. Os dois gols marcados pelo São Paulo, de forma absolutamente irregular – e cruciais na construção do placar de 4 a 1 –, incomodam não apenas pela perda dos três pontos, o que era esperado diante da desproporção de investimento das equipes, mas principalmente pela falta de argumento que possa elucidar como o auxiliar Leandro Matos Feitosa não percebeu Cícero 2,13m adiantado em relação ao último defensor e o árbitro Luiz Flávio de Oliveira não considerou o toque na mão de Luiz Araújo, que desviou totalmente a trajetória da bola – sim, no futebol, sem querer também é falta.

Erro de arbitragem, infelizmente, é assunto recorrente nas discussões futebolísticas nos fins de semana, mas o que aconteceu no Morumbi está bem distante de simples falhas. Pode ter sido falta de concentração, arrogância, medo, não sei, mas é algo que não pode acontecer no campeonato estadual mais forte do Brasil. É preciso que os fatos sejam analisados e os envolvidos, devidamente punidos. Entrei em contato com a Federação Paulista e a resposta que tive é que os tutores dos árbitros se reuniriam ontem à noite com a comissão de arbitragem e com a diretoria de arbitragem para avaliação da rodada e procedimentos a serem tomados. Afastá-los imediatamente é o mínimo.

Luiz Flávio de Oliveira sempre se envolve em polêmica quando apita jogos do Santo André. Nos bastidores comenta-se que ele jurou o clube após discussão com um jogador, anos atrás. Não acredito em premeditação, mas o torcedor atento lembra da última vez em que ele apitou uma partida do clube. Foi na ida das quartas de final da Série A-2 de 2016, quando o Ramalhão venceu o São Caetano por 2 a 1. Na ocasião, ele deu pênalti muito duvidoso de Apodi em Neto e suspendeu os dois volantes andreenses com cartões amarelos, o que deixou enfurecido o então técnico Toninho Cecílio. “Todas as dúvidas ele deu para o São Caetano, tirou nossos dois volantes do outro jogo com cartões amarelos”, reclamava o treinador na saída do gramado.

Curioso é que Cícero, personagem do primeiro gol irregular, há dois anos estava do outro lado, o dos prejudicados. Pelo Fluminense, em 2015, fez gol absolutamente legal diante do Corinthians, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, e teve o tento anulado, em erro proporcional ao de domingo. Após aquele jogo, ele desabafou: “Isso não tem como ser erro normal. Foi um erro grotesco. Se você olhar o lance, não tem como errar. Se é um lance de milímetros ou centímetros, é diferente. Mas de três metros, é grotesco”. Será que o meia, que correu imediatamente para o abraço ao ver a bola na rede, pensa da mesma maneira?

Erros à parte, o Santo André não pode se apoiar nisso. O risco de rebaixamento à Série A-2 faz parte da realidade e a atuação, especialmente no primeiro tempo, deixou o torcedor preocupado. É hora de sacudir a poeira e levantar antes que seja tarde. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;