Política Titulo Alvo de CPI
Empresa de coleta de lixo em S.Bernardo entra em greve

SBC Valorização de Resíduos Sólidos cobra R$ 68,5 milhões da Prefeitura de São Bernardo e funcionários cruzam os braços

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
07/02/2017 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Alvo de CPI que deve ser instalada amanhã na Câmara, a SBC Valorização de Resíduos Sólidos Revita e Lara, responsável pela coleta de lixo em São Bernardo, cobra R$ 68,5 milhões da Prefeitura e, sem pagar seus funcionários, viu os colaboradores cruzarem os braços. A gestão de Orlando Morando (PSDB) contesta a decisão do sindicato da categoria e a postura do consórcio.

Segundo a SBC Valorização de Resíduos Sólidos, a administração de São Bernardo não paga pelos serviços com regularidade e totalidade da parcela desde setembro, quando o Paço ainda era administrado por Luiz Marinho (PT). Conforme a empresa, as faturas em aberto desde o ano passado somam dívida de R$ 30,5 milhões. O consórcio também cobra outros R$ 38 milhões, de débitos de 2014 e 2015, quantia essa que passa por processo de análise.

“Se por um lado estamos confiantes no espírito ético e no profissionalismo que norteiam a atual gestão da cidade, por outro lado, no cenário atual de crise econômica, a falta de pagamento recente, que já se alonga por 73 dias, atinge diretamente a capacidade de operação da empresa, nos incapacitando de continuar a executar os serviços e a honrar nossos compromissos com funcionários e fornecedores”, diz a companhia, por nota.

A SBC Valorização de Resíduos Sólidos afirmou que foi “surpreendida” com um caminhão do Siemaco ABC, sindicato da categoria, à frente da sede e impedindo a saída de colaboradores. O salário dos cerca de 800 funcionários era para ter sido pago até o fim do dia de ontem, porém a greve foi instalada já pela manhã. “Aguardamos posição da empresa sobre a previsão dos pagamentos. Enquanto isso, os trabalhadores continuarão com braços cruzados. Isso é um verdadeiro desrespeito com os profissionais que trabalham arduamente na manutenção da limpeza pública da cidade”, informou o presidente do sindicato, Roberto Alves, por meio do site do Siemaco ABC.

Secretário de Serviços Urbanos e vice-prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (SD) criticou a decisão do Siemaco ABC e a condução da SBC Valorização de Resíduos Sólidos no episódio. “O consórcio já recebeu R$ 700 milhões (R$ 727,8 milhões) e é equívoco não pagar seus funcionários. A empresa não cumpriu com todos os pontos do contrato, não realizou todos os investimentos previstos na PPP (Parceria Público-Privada). Também não notificou a gestão anterior sobre os pagamentos (dos serviços executados) nem nos comunicou previamente sobre a greve. Faltou responsabilidade por parte da empresa com o morador”, declarou Marcelo. “Se (a greve) é política eu não sei, mas foram políticos que assinaram o contrato na gestão anterior. Por isso defendo a investigação do contrato pela CPI no Legislativo.”

Quando assumiu a Prefeitura, Morando assinou decreto que suspendeu pagamento de dívidas anteriores ao dia 31 de dezembro para renegociar valores. A Prefeitura cogita utilizar colaboradores da frente de trabalho para realizar a coleta de lixo na cidade caso o Siemaco ABC não encerre a greve. A SBC Valorização de Resíduos Sólidos foi multada em R$ 340 mil pela paralisação de ontem. O contrato é no valor de R$ 4,3 bilhões, num período de 30 anos. 




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