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Semasa investe R$ 3,7 mi na caça aos fraudadores
Renan Fonseca
Do Diário do Grande ABC
07/10/2010 | 07:23
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Novo programa para flagrar fraudes em hidrômetros de residências, comércios e indústrias em Santo André, apontou que a maioria das irregularidades é cometida por consumidores da classe média. O Caça Fraudes é uma ação programada pelo Semasa (Serviço de Saneamento Ambiental de Santo André) e com sete meses de experiência já captou mais de 270 ‘gatos': alfinete no relógio do hidrômetro, inverter o sentido do equipamento, alterar o encanamento original ou mesmo fazer uma ligação na tubulação do vizinho. O projeto tem financiamento do governo federal por meio da primeira fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

A empresa vencedora da licitação, Enorsul, receberá R$ 3,7 milhões para vistoriar 36 mil residências com suspeita de fraudes. O contrato prevê 30 meses de trabalho, mas a autarquia do município promete fechar ainda mais o cerco contra os fraudadores.

Até o momento, as equipes já passaram por 7.269 hidrômetros. A iniciativa foi inspirada na experiência desenvolvida pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) para controlar e regularizar as ligações clandestinas ou adulterações no fornecimento.

Na visão do assistente de Programa de Obras do Semasa, Paulo Roberto Pires, o trabalho vai encontrar mais fraudes, minimizando os prejuízos da autarquia e o desperdício de água. Os infratores podem ser multados em até 5 mil FMPs (o que corresponde a R$ 11.850). "O objetivo não é aplicar multa nos consumidores, mas sim regularizar as instalações. Nesses primeiros meses de experiência percebemos que pode ser possível ampliar a fiscalização", disse Pires.

A primeira etapa do Caça Fraudes vai visitar 21,5% de todas as instalações oficiais do município. São 166.752 mil residências que recebem água pelo Semasa. "É um volume grande de ligações e vamos fechar o cerco para eliminar as fraudes", continuou o engenheiro. Após a conclusão da primeira etapa do programa, a autarquia vai levantar o montante de dinheiro e água perdidos pelos ‘gatos'.

Em um dos casos descobertos pela terceirizada, o consumidor estava mais de um ano pagando a taxa básica e os registros apontavam consumo zero no hidrômetro. A fraude apareceu dentro de um estabelecimento comercial na avenida Dom Pedro II. "O proprietário desviou a ligação para dentro de uma residência vizinha, que estava desocupada. Por isso os agentes do Semasa não descobriram antes", contou o engenheiro do Programa de Obras, Alexandre Perri de Moraes.


Sabesp já identificou 450 irregularidades

Em São Bernardo, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, a fiscalização fica por conta da Sabesp. Este ano a companhia já identificou 450 irregularidades - 55% violação de hidrômetros e o restante em ligações clandestinas ou feitas antes do hidrômetro. O superintendente da unidade de negócios Sul da Sabesp, Roberval Tavares de Souza, informa que o responsável pela fraude deve pagar pelo consumo médio do período da irregularidade. "Não podemos cortar o fornecimento. Mas conseguimos regularizar a situação do proprietário", falou Souza.

Um dos métodos mais usados para burlar o hidrômetro é o ‘gato' by pass. O encanamento anterior ao registro do hidrômetro é desviado por baixo da terra. Assim, o aparelho sempre vai apontar consumo zero na residência. "Às vezes o proprietário até instala uma válvula no gato para permitir a passagem de um volume muito pequeno d'água", falou o assistente de Programa de Obras do Semasa, Paulo Roberto Pires.




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