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Indústria da região reduz ritmo de cortes pelo 2º mês seguido

Em novembro, foram fechados 50 postos na região; no ano, ritmo é de 58 demissões diárias

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
16/12/2016 | 07:19
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Divulgação


As fábricas do Grande ABC reduzem, pelo segundo mês seguido, o ritmo de demissões. Em novembro, elas fecharam 50 postos de trabalho, volume menor do que em outubro, com 200 dispensas.

No acumulado de 2016, o saldo está negativo em 19,3 mil vagas, o que dá média de 58 cortes por dia, contra 64 de janeiro a outubro. Na comparação com os 11 meses de 2015, a velocidade de dispensas também diminuiu, já que à época estava em 89 por dia.

Apesar da desaceleração, este é o 22º mês seguido em que o saldo de emprego na indústria da região está negativo. A última vez em que as contratações superaram as demissões foi em janeiro do ano passado, com 450 vagas.

Os dados são de levantamento realizado pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) junto a empresas associadas à entidade. Dentre as sete cidades, a diretoria de Santo André (que abrange também Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) foi a única que gerou 400 empregos (alta de 0,87%), o que a colocou como o segundo melhor resultado no Estado de São Paulo, que se deu graças às indústrias de produtos alimentícios, produtos de metal e de borracha e material plástico.

Os números, porém, não são reflexo de otimismo. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino, o Martinha, o número representa pequeno ajuste devido à demanda maior de fim de ano, o que exigiu readequação de pessoal. “Isso é muito pouco perto do que esperávamos, do que precisamos. A insegurança por parte das empresas ainda é grande, mesmo com a mudança de governo. É preciso que a economia volte a crescer para estimular a geração de vagas.”

Na outra ponta, Diadema foi a que mais demitiu, 300 trabalhadores, São Bernardo, 200, e São Caetano, 20. Para o diretor titular do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva, essa crise se deve ao modelo de negócios adotado há alguns anos, e que agora vem se refletindo no emprego. “Com a preferência montadoras por importar itens, a cadeia toda sofre. Uma pessoa empregada na montadora manteria cinco famílias de funcionários de autopeças.”

Para Silva, não é possível dizer que o pior já passou. “Janeiro está aí e as empresas terão impostos e tributos a pagar, não dá para ser positivo. A cada dez empresas, pelo menos sete têm dificuldades em honrar pagamentos, inclusive o 13º salário.” 




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