Cultura & Lazer Titulo
Cannes vai de stripers a política
Da AFP
14/05/2010 | 07:00
Compartilhar notícia


O ator norte-americano Michael Douglas chegou ontem à Riviera Francesa para a estreia mundial de seu filme "Wall Street: Money Never Sleeps", que será apresentado hoje durante o Festival de Cannes.

Esperado por fotógrafos e fãs diante do hotel Palais Stéphanie, o astro de Hollywood, que repete seu papel de tubarão das finanças no filme de Oliver Stone, passará hoje pelo tapete vermelho do Palácio dos Festivais.

A sequência do bem-sucedido Wall Street é exibida na seleção oficial desta 63ª edição do maior festival cinematográfico mundial, mas não compete pela Palma de Ouro, que será atribuída por um júri internacional presidido pelo cineasta Tim Burton.

Ontem à noite, os holofotes de Cannes estariam sobre a equipe de artistas de striptease que protagonizam o primeiro filme francês apresentado na competição, Tournée, do ator francês Mathieu Amalric. Esta é a estreia como diretor de Amalric, cujo filme retrata um grupo de artistas de espetáculos burlescos que viaja pelo interior da França.

As escandalosas artistas - que são bailarinas de striptease na vida real - exibiram seus corpos voluptuosos, dançando e se agitando no famoso tapete vermelho do Palácio dos Festivais, antes de entrar na sala de 2.300 pessoas onde o filme estreou.

A política invadiu ontem as telas de Cannes com uma sátira demolidora do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, após o terremoto de L'Aquila, em 2009. Dirigido por Sabina Guzzanti, considerada a Michael Moore italiana, o documentário "Draquila: la Italia Che Trema" ("Dráquila - a Itália Treme"), provocou reações indignadas de Roma, para quem o filme "insulta todo o povo italiano" e é "pura propaganda contra Berlusconi". A seleção do documentário para a mostra oficial do festival irritou o ministro da Cultura italiano, Sandro Bondi, que se recusou a viajar a Cannes, apesar da presença do filme italiano La Nostra Vita, de Daniele Luchetti, na disputa pela Palma de Ouro.

O documentário de Sabina alega que Berlusconi e os aliados aproveitaram a catástrofe de 6 de abril de 2009 - quando violento terremoto destruiu a capital dos Abruzzos e suas esplêndidas joias artísticas - para enriquecer e cortar as liberdades civis.

A diretora acusa Berlusconi em Draquila de utilizar a reconstrução da devastada cidade para melhorar sua imagem, que havia desabado após uma série de escândalos sexuais e de corrupção.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;