O consultor internacional Ademir Auada, 63 anos, traz experiência de sobra nas passadas em mais de duas décadas de corridas de média e longa distâncias. Morador de Santo André e fanático inveterado por provas de rua, embarcou para a Europa semana passada. Participou no fim de semana da Maratona de Paris como "aquecimento", e agora correrá a Maratona de Londres, no domingo.

A prova da capital inglesa é a menina dos olhos da empreitada, e possibilitará completar o ciclo das cinco mais importantes do mundo. As outras são Chicago, Nova York, Boston (todas nos Estados Unidos) e Berlim (Alemanha), todas devidamente concluídas.

 "O que mais interessa para atletas na minha idade são as marcas pessoais. Isso é fator motivacional sem precedentes. Esporte é ideologia pura. Tenho orgulho de meu físico ainda aguentar tanto esforço e ainda pretendo expandir conquistas por mais um tempo", afirma Auada.

Como o intervalo entre uma corrida e outra será de apenas sete dias, Auada vai contrariar a ordem básica de descanso ideal, comumente proposta por especialistas. "Não vai ser a primeira vez, confesso. Mas nessa hora vale todo esforço. Não é nada abusivo ou de outro mundo também. Dosei bastante a prova da França, agora vou com tudo para fechar o Top 5 mundial", ponderou o atleta, que fecha os 42.195m em média de quatro horas e 20 minutos a quatro horas e 40 minutos.

Ainda neste sentido, o consultor destaca também que já passou extremos nas muitas competições que disputou pelo mundo. Do calor e nauseante de mais de 40º em Honolulu (Havaí), a altitude desumana de 2.760 m de Bogotá (Colômbia), a umidade em 100% no Panamá e o frio abaixo de zero em Nova York.

"Maratona é psicológico", ele diz. "Praticamente todas as provas terminei com algum tipo de fadiga muscular ou dor, não tem jeito. O sucesso depende de como você processa isso na sua mente", emenda.