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Operação de busca e apreensão da PF 'visita' Banco Rural em MG
02/09/2005 | 23:40
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A Polícia Federal apreendeu nesta sexta-feira documentos bancários e fiscais em agências do Banco Rural e vários endereços na capital mineira, como parte da Operação Lavoura – destinada a recolher material de empresas e empresários que são suspeitos de ligação com o esquema de envio ilegal de dinheiro para o exterior, com base em investigações do caso Banestado. Ao todo foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ªVara Federal do Paraná, sendo 15 em Belo Horizonte, dois no Rio de Janeiro, um em Curvelo e outro em Capitólio, no interior de Minas.

De acordo com a PF, o foco da operação eram as empresas Trade Link Bank, Radial Enterprise e Deal Financial Corporation – que alimentaram a conta da offshore Dusseldorf Company Ltd., aberta pelo publicitário Duda Mendonça para receber R$ 10,5 milhões por meio de caixa 2 do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. A intenção dos policiais federais era colher documentos que revelariam operações suspeitas das empresas e supostas ligações delas com a instituição financeira mineira.

Sede – Por volta das 9h, policiais federais chegaram à sede do Rural, no edifício Tratex, região central de Belo Horizonte, onde permaneceram por cerca de quatro horas. O MPF suspeita que a Trade Link pertenceria ao banco mineiro. Um executivo e um ex-executivo do banco – o diretor Guilherme Rabelo e o ex-diretor José Henrique Horta –, chegaram a ocupar cargos no Trade Link. Os agentes federais, segundo o advogado do Rural, Maurício Campos Júnior, apreenderam cópias de computadores que foram utilizados pelos dois.

Uma equipe da PF esteve na sede da Radial Participações, que pertenceria ao irmão do doleiro Camilo Assunção – apontado como dono da Radial Enterprise. O doleiro foi preso na Operação Farol da Colina, da PF, no ano passado.

O delegado Alexandre Leão, responsável pela comunicação da PF em Minas, evitou entrar em detalhes sobre a ação, alegando que as investigações correm sob sigilo de justiça. A princípio, ele negou que os mandados tenham relação com as recentes denúncias envolvendo remessas de dinheiro para contas do publicitário Duda Mendonça, que estão sendo alvo de investigação pela CPI dos Correios.

Segundo ele, "a operação não tem ligação com a nova onda de denúncias", mas depois admitiu que "é possível que em uma análise ou outra surja alguma nova evidência a respeito disso".

Os documentos apreendidos nesta sexta-feira foram encaminhados à Justiça do Paraná, que será responsável pela triagem e análises. Conforme o delegado, a operação mobilizou 70 policiais entre agentes, escrivães e dois delegados, sendo um de Curitiba e um de Brasília.

Em nota, o Rural reafirmou, como já o fez ao BC, que "não tem vínculos societários com o Trade Link Bank, apenas relações comerciais". O banco informou que não conhece a empresa Radial Enterprise. "Faz sim, parte do Grupo a imobiliária Radial, que atua com loteamentos em algumas regiões do país desde 1980, com sede em Belo Horizonte". Sobre a Deal Financial, o Rural alegou que não conhece e nem tem qualquer informação sobre a empresa.




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