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Américo Brasiliense comemora 60 anos
Aline Mazzo
Do Diário do Grande ABC
09/02/2007 | 22:52
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Neste sábado a Escola Estadual Doutor Américo Brasiliense completa 60 anos de existência. Localizada no Centro de Santo André, o Américo – como é mais conhecida – foi a referência educacional de diversas personalidades, como o ex-prefeito Celso Daniel. Atualmente, o colégio tenta acompanhar o ritmo dos novos estudantes, menos ligados às regras e aos estudos.

A escola foi criada em 1947, por um decreto do então governador Adhemar de Barros. No início, as aulas eram em uma sala cedida pela Prefeitura. Em 1949, o Américo foi transferido para a rua Portugal, na antiga chácara da família Suplicy. Nessa época, o Grande ABC ganhou o seu primeiro curso ginasial estadual. Logo depois, em 1962, mudou-se para o prédio de três andares na praça IV Centenário, que ocupa até os dias de hoje.

Além das mudanças de endereço, o Américo tem em seu currículo a presença de alunos que se tornaram pessoas importantes. Além de Celso Daniel, estudaram na escola a atriz e diretora Lucélia Santos e o maestro da Orquestra Sinfônica de Santo André, Flávio Florence.

No pátio do Américo também circulou boa parte dos empresários e formadores de opinião da região. “Naquela época, o Américo só tinha alunos de classe média. Para entrar aqui era muito difícil. Precisávamos prestar até uma espécie de vestibulinho”, conta a professora de educação física Inês Aparecida de Andrade, 54 anos.

Atualmente, o Américo tem cerca de 2,6 mil alunos, que cursam os ensinos fundamental ciclo II e o médio, divididos em três turnos. Metade dos matriculados vêm da zona Leste de São Paulo e o restante, das cidades do Grande ABC.

Diretora do Américo há 12 anos, Alice Gaiarsa, 60, explica que essa nova geração vê a escola de uma maneira diferente. “Eles não enxergam o professor e a direção com o respeito de antes. Eles batem de frente, discutem e não aceitam as normas impostas.”

Além disso, os professores também precisam driblar o desinteresse dos alunos pelo estudo, motivado principalmente pela progressão continuada – que não reprova quem não atinge a média de aprovação.

O inspetor de alunos Antônio Caraça, 70 anos, que trabalha no Américo desde 1962, acredita que essa mudança é uma evolução natural da juventude. “Na época da ditadura, eles tinham de agüentar tudo. Agora eles aprenderam a se colocar.” Antônio é tão querido na escola que o teatro do Américo recebeu o seu nome há 10 anos. “Foi uma surpresa, eu nem esperava”, conta.

Os festejos de comemoração do aniversário devem acontecer somente em agosto, data em que se comemora o aniversário de morte do médico patrono do colégio.



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