A fabricante de para-choques automotivos Faurecia, de São Bernardo, vai fechar as portas no dia 28 de fevereiro. Até lá, a empresa, adquirida pela Plastic Omnium em meados deste ano, vai transferir a produção para sua unidade em Taubaté, no Interior, onde manufatura peças para bancos e emprega 800 trabalhadores. Com a decisão, os 170 funcionários da unidade na região serão demitidos.

A maior cliente da firma do ramo plástico é a Volkswagen, que também possui planta em Taubaté e que, portanto, continuará comprando os produtos da Plastic Omnium. Uma das razões que levaram a companhia a fechar as portas da Faurecia foi que a montadora alemã se negou a reajustar os preços dos para-choques em 30%.

“Aconteceu a mesma coisa que com a Keiper, fabricante de bancos de Mauá, que também fechou após a negativa da Volks em corrigir os valores pagos. Estão usando como desculpa o custo alto para manter a firma aqui, mas o que eles querem é pagar mais barato pelo mesmo produto”, afirma o coordenador da regional de São Bernardo do Sindicato dos Químicos do ABC, José Antônio Gomes, o Tonhão. “Aqui, o custo da mão de obra é mais caro do que no Interior, além de o sindicato ser mais ativo. Enquanto a média salarial da Faurecia gira em torno de R$ 1.800 a R$ 2.000, em Taubaté eles pagam R$ 1.100.” Além disso, ele conta que a Plastic Omnium arca, mensalmente, com aluguel de R$ 250 mil a galpão pertencente à Volks.

Questionada, a montadora diz que “monitora a transição do fornecimento de peças da unidade da Faurecia, em São Bernardo, para a planta de Taubaté da Plastic Omnium, fornecedor credenciado da Volkswagen”.

O sindicato aprovou, em assembleia, pacote de benefícios aos 170 operários: 75% do salário por ano trabalhado, sendo um salário para quem não completou 360 dias na firma; R$ 1.000 em 30 de dezembro; seis meses de convênio para o empregado e seus dependentes; seis meses de vale-alimentação de R$ 250 e R$ 1.500 para qualificação profissional.