Política Titulo Editorial
Sempre para última hora
Do Diário do Grande ABC
27/11/2016 | 11:01
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É de saltar os olhos a falta de preocupação com prazo e a forma com que muitos prefeitos da região lidam com novas regras e suas implantações, sem a menor preocupação com os riscos até de serem punidos pelo descaso. Reportagem desta edição do Diário mostra um destes exemplos. E o mais preocupante: em uma das áreas mais nevrálgicas de qualquer administração pública, que é a Saúde.


A duas semanas de esgotar o prazo, as prefeituras de Santo André, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, segundo dados do Ministério da Saúde, não mostram nenhum indicativo de que conseguirão implementar o prontuário eletrônico em toda rede municipal e põem em risco o recebimento de recursos público federais para a área da atenção básica. Determinação do governo federal é que as cidades enviem eletronicamente até o dia 10 de dezembro todos os prontuários, exames e medicamentos distribuídos à população. 

O impressionante é que a discussão sobre o assunto teve início ainda em 2015, na gestão de Dilma Rousseff (PT), o que impede os gestores municipais de alegar que não tiveram tempo de se adequar. O fato é que em toda campanha política o tema ‘informatização da rede pública de Saúde’ ganha destaque, mas quase nunca se cumpre o que foi prometido. Nesse caso, nem mesmo com prazo federal.


Por qual razão deixaram algo tão importante para a última hora e agora colocam em risco o envio, por parte de União, de dinheiro para alguns dos principais programas na Saúde? Difícil de compreender. Mas o que não é difícil de imaginar é o que deverão fazer agora esses agentes públicos: vão pedir mais prazo, alegando que não tiveram condicões de implementar o programa, que houve dificuldades e um monte de outras desculpas. E fazem porque sabem que devem conseguir. Enquanto cronogramas não forem tratados a sério por prefeitos no Brasil, o País vai continuar vivendo no ritmo do ‘em cima da hora’. 




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