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Um caminho sem volta para Peter Hook
25/11/2016 | 07:15
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Peter Hook fala de maneira displicente. Com respostas curtas e secas, ele parece não se interessar muito pelo bate-papo. O cenário muda completamente quando o músico descobre que Bernard Sumner, Stephen Morris e Gillian Gilbert, integrantes e desafetos declarados de sua ex-banda, o New Order, estarão em São Paulo em um intervalo de cinco dias de diferença para se apresentar na cidade. "Eles também farão show por aí? Sério? Bom, tudo não passa de uma grande coincidência. Acho que não vou me sentar com meus ex-amiguinhos para jantar, abrir uma garrafa de champanhe e falar sobre a vida, não?", diz Peter Hook em uma conversa descontraída com a reportagem do Estado por telefone, direto do hotel onde estava hospedado, na Flórida, na semana passada.

Peça-chave da musicalidade dance do New Order e um dos fundadores do Joy Division, de Ian Curtis, o baixista Peter Hook volta novamente à capital paulista com o The Light, sua banda de apoio. Desta vez, entretanto, eles vão tocar na íntegra as músicas da coletânea Substance, que traz o melhor de seus dois ex-grupos. No show, clássicos como Bizarre Love Triangle, The Perfect Kiss, Ceremony, Atmosphere e o hit indie cortador oficial de pulsos, Love Will Tear Us Apart. "Acho que a estrutura desse show é um dos mais legais para quem curte Joy Division e New Order. Tem algumas composições mais desconhecidas, mas, em contrapartida, ele é recheado de hits. Uma sequência arrebatadora", afirma Peter Hook.

Figurinha carimbada em terras brasileiras, Peter Hook, que acaba de lançar o livro Substance: Inside New Order (leia mais acima), deixou o New Oder em 2007. De lá para cá, tornou-se desafeto dos antigos integrantes de banda. Peter processou judicialmente os ex-amigos, pediu 2 milhões de libras, valor referente a direitos autorais e, de quebra, tentou, em vão, impedir que o grupo excursionasse mundo afora utilizando o nome New Order. Apesar das desavenças, existe alguma possibilidade de vê-los juntos no palco novamente? "Você está de brincadeira?", berra Hook. "Isso nunca vai acontecer. Estamos brigando na Justiça. O que eles fizeram foi bem sério. O Bernard Sumner me chamou de lixo no livro que escreveu sobre o New Order (Chapter and Verse: New Order, Joy Division and Me). Acho que ele foi honesto sobre o Joy Division, mas ele escreveu uma coisa completamente simplória sobre mim e o New Order", desabafa Hook.

Rancor

O New Order é uma das bandas mais importantes da história da música pop. Nascido das cinzas do Joy Division, o grupo formado em Manchester mudou a cara da dance music ao juntar dois universos antagônicos: o rock e a música eletrônica. "Acho que a história do Joy Division e do New Order sempre devem ser respeitada, independentemente das questões jurídicas atuais. Estar em São Paulo na mesma época que eles é algo que deve ser levado em conta. Não sei como reagiria se eu os encontrasse num restaurante, por exemplo. Acho que abriria uma garrafa de champanhe e tomaria calmamente minha bebida. Nem olharia para os lados", gargalha Hook.

PETER HOOK AND THE LIGHT

Cine Joia. Praça Carlos Gomes, 82, Sé, tel.: 3101-1305. Dia 6/12 (3ª). Ingressos esgotados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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